Capítulo 53

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Maraisa

As ordens estava sendo seguida a risca, todos não ousavam em sair uma linha de tudo que a minha mulher de preto mandou, nem mesmo eu, e aqui estou, eu e Maiara esperando o sinal do menino em cima da Lage para que nós duas possamos sair e dar de cara com Patrício, em pensar em tudo que eu sonhava em viver com ele, minha paixão platônica por esse nojento, em pensar em como fui idiota em ter entrado nas mentiras e desejos dele, eu só não o condeno tanto por isso por que agora graças a ele eu encontrei minha irmã e a mulher da minha vida.

Meus olhos estavam vidrados no menino lá em cima com uma arma que eu achava que só existia em filmes, quando menos percebo escuto o som de um carro subindo a rua, o menino nos dá o sinal, sinto meu coração acelerando, acho que se não tivesse a saúde em dia estaria tendo um ataque cardíaco com certeza;

- Calma irmã, eu estou aqui com você, nada vai te acontecer, fica tranquila, Guardiões estão por toda parte você está segura aqui.

Maiara fala arrumando a bandana amarela amarrada em meu braço, respiro fundo, deposito um beijo em sua cabeça, seguro sua mão novamente e abrimos a porta.

Meu olhar vai imediatamente para Patrício, não posso mentir que ele é um homem muito bonito, mas o tanto de merda que ele fez e faz o deixa completamente nojento e asqueroso;

- Hora hora se não são as novas chefes dos Guardiões.

Patrício fala me causando arrepios, agora que percebo que seu pai estava do seu lado porém nos encarando muito, tento disfarçar mas acredito que ele está começando a ligar os fatos;

- O que devo a desonra de tê-lo aqui na minha área Maximus?

Maiara fala dando um passo a frente e cruzando os braços tomando a atenção dos dois para ela;

- Eu vim conhecer a nova chefe e também conhecer a minha nova área, um pouquinho feia, mas nada que uma nova direção não deixe isso aqui muito lindo;

- Sua área? O que foi Patrício? Bateu a cabeça muito forte? Seu papai não conseguiu te dar limites?

Maiara fala e visivelmente vejo o Patrício se alterando, nada mais irrita ele do que ser chamado de filhinho de papai;

- Não, não, minha cabeça está intacta, o contrário de como você vai ficar quando ver "sua" área se transformando na área dos Maximus, não é Maraisa?

Ele fala comigo esticando a mão, sinto meu sangue gelar, mas esquentar rapidamente, estico minha coluna, levanto a minha cabeça, cruzo meus braços e fico do lado da Maiara;

- Para com isso Maraisa, tira esse pano do braço, amarelo nem combina com você, vem  me dar um abraço princesa, não está com saudade de mim?

Ele mantém a mão esticada e vejo Felippo andando lentamente para mais perto de Patrício;

- Na verdade, não, na verdade mesmo faz muito tempo que eu não sinto saudade de você, não sinto falta de você, acho que desde que fui presa eu não sinto nada por você, a não ser raiva, nojo, repulsa, tirando isso, não tem mais nada que eu sinta por você.

Vejo o sorriso dele sumindo aos poucos, seu semblante muda, seu braço que estava esticado já não estava mais;

- Maraisa, não precisa continuar com o teatro, Maximus ganhou, conseguimos princesa, você conseguiu, pode vim ficar do meu lado.

O tom de voz dele começa a se alterar para desespero, e ali eu percebi que a Marília estava certa, ele iria começar a cair;

- Não tem teatro nenhum aqui Patrício, desde que você me abandonou naquele presídio minha vida virou de cabeça para baixo, eu estava perdida e não graças a você ela foi melhorando, por que depender dos Maximus naquele presídio eu teria sido estuprada, teria apanhado, teria até morrido, quem me salvou foi os Guardiões, eles estavam do meu lado o tempo inteiro, eles me ajudaram o tempo inteiro, quando conheci minha irmã percebi que lado eu realmente tinha que ficar, e óbvio ei contei tudo pra ela, mas para me manter viva tive que manter a mentira para você, tive que continuar fingindo estar apaixonada por você quando na verdade eu já estava em outra, ou melhor, com outra, uma pessoa que o mínimo dela já é milhões e trilhões de vezes melhor que o máximo seu, então Patrício, não tem teatro aqui, eu sou uma Guardiã.

Prisão Sem GradeOnde histórias criam vida. Descubra agora