Capítulo 31

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Marília 

- Amanda para, para aí agora.

Eu tento recuperar meu fôlego, procurar ela não fácil, mas achei a tempo;

- Por que chefe? O que houve?

- Não é para fazer nada, aborta a missão.

Vejo a Amanda mudar o olhar, nitidamente ela ficou muito brava, muito irritada com a nova ordem, mas eu preciso seguir minha intuição, e ela está mandando eu abortar essa missão;

- Por que chefe? Posso saber o motivo? Aquelas filhas da puta quase matou minha amiga, por que eu não posso me vingar?

Eu olho em volta, várias faixas amarelas, vejo sua amiga e sua namorada ao seu lado, todas estão prestando muita atenção em mim, e eu sabia que essa briga não poderia acontecer, eu só não sei o por que ela não pode acontecer;

- Só preciso que você confie em mim, sou a chefe, e sei o que eu estou fazendo, e isso é uma ordem, não quero nenhuma de vocês se metendo em briga com nenhuma de vermelho a não ser que seja por proteção a nós mesmas, caso contrario não quero que procurem briga, estamos entendidas?

Vejo todas abaixar a cabeça e concordar, respiro fundo e volto andando para a minha cela, e pensando no que eu acabei de lembrar, Alma tem muita coisa para me explicar.

Entro na minha cela e vejo Maiara e Maraisa sentadas uma do lado da outra segurando suas mãos, me sento na minha cama de frente para as duas e fico pensando em tudo que está acontecendo e por que está acontecendo dessa forma, lembro do pacote que recebi hoje mais cedo e vou até o buraco na parede atrás da minha cama, pego o pacote, me sento virada para a porta e o abro.

Percebo o olhar das duas sobre mim, vejo de canto de olho a baixinha logo levantar e ficar parada na porta, eu gosto de ver quando ela está ligada e faz as coisas certas;

- Ratinha, esse é o celular que você vai entregar para o Patrício, aqui vai conter informações muito importantes, falsas, mas muito importantes, ele vai estar com a senha, por que se tiver sem senha será óbvio demais, então ele vai ter que desbloquear, pra ele não terá problema nenhum, ele com certeza vai contratar alguém para fazer isso, então não se preocupe se ele te pedir a senha ou algo do tipo, você vai sempre falar que não sabe, assim vai dar mais credibilidade da sua inocência para ele.

Eu falava tudo e ela me olhava prestando atenção em cada palavra que eu falava, entreguei o celular para ela e ela colocou de baixo do travesseiro dela olhei sem entender;

- Ele me disse que era para eu deixar aqui, amanhã de manhã vai vir uma pessoa pegar ele e vão entregar para ele.

Olho para a Maiara, e não gosto desse plano, não gosto de pensar que vai entrar alguém de vermelho na minha cela não necessariamente de vermelho, mas do Maximus isso me preocupa, mas ele terá que ser rápido, então não vai tentar fazer nada demais, vou deixar uma de guarda próximo a porta, terá cinco segundos, entrar pegar e sair, se demorar um segundo a mais, alguém de amarelo entra.

Maiara decide levar a irmã para dar uma volta e eu prefiro não ir, me deito na minha cama novamente, e penso novamente no meu passado, e em tudo que anda acontecendo e me pergunto, será que o passado tem alguma culpa pelo que está acontecendo agora? Será que o que houve na época do meu pai tem alguma influência sobre o que está acontecendo agora?

Eu preciso entender o que esta acontecendo, e só existe uma pessoa viva daquela época na minha vida hoje, e eu não sei por que, mas eu sinto que essa pessoa está envolvida até o último fio de cabelo nisso.

Quando me levanto para sair da cela minhas meninas que estão fazendo a missão fuga entra;

- Chefe, precisamos conversar;

Prisão Sem GradeOnde histórias criam vida. Descubra agora