Capítulo 9

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- Como foi a aula? - indaguei a uma Nicole sorridente enquanto dobrávamos a rua. Tentei evitar Fernanda e suas perguntas incisivas a maior parte do tempo. Ainda não consigo dizer porque não me sinto mas a vontade em dividir as coisas com ela quando o assunto é Renzo Gutierrez.

- Foi legal. As pessoas estão perguntando se você é minha mamãe!

- Essas pessoas são muito curiosas não? - brinquei. Era fato que por ter quase a mesma tonalidade de cabelo, eu e Nick acabávamos parecendo mãe e filha muito facilmente.

Ela riu - Eu acho engraçado! E fico feliz também. - murmurou por fim.

- Feliz por acharem que sou sua mãe?

- É que nunca tive uma pra me buscar como as outras meninas, Então eu acho legal. Só isso - seu tom tímido era especialmente encantador.

- Fico lisonjeada - pisquei.

Assim que chegamos em casa, Cida já se arrumava pra sair. Nicole foi direto para o banho e aproveitei para ler minha apostila sobre direitos parentais. Estou revisando desde que comecei meu emprego aqui com as esperanças renovadas de consegui a guarda de Diego.

Nossa rotina da noite foi finalizada com chocolate quente e histórias pra dormir. Logo Nicole pegou no sono e aprontei minhas coisas pra me mandar antes que Renzo chegasse. Mas no exato instante que guardava o celular, ouvi um click na porta.

Droga!

- Heey! Você tá aqui!!! - ele disse entusiasmado.

- Pois é... você tá legal? - questionei, desconfiada. Sua voz parecia animada demais e o cabelo tão bagunçado que o deixava com o estilo jovial. Fiquei irritada por achar essa parte tão sexy.

- Então... legal não é bem a palavra que eu diria - seu corpo vacilou pra trás, quase batendo na escrivaninha perto da porta - Opa! O mundo tá girando um pouquinho demais aqui! - ele riu.

- Meu deus, você está caindo de bêbado! - contornei o imóvel depressa tentando alcança-lo - O que estava usando pra chegar nesse estado? Drogas? - inquirir o pressando contra a porta.

- Humm digamos que foram colocado coisas ilícitas no meu copo sem que eu soubesse, aquela vigarista de uma figa!

- Renzo, pelo amor de Deus, isso é crime. Você têm que denunciar! - alertei.

Sua risada aumentou ainda mais. - Com a mina de dinheiro que ela têm? Eu estaria cavando minha própria cova! de qual lado você acha que eles iam ficar?

- Que merda! Pra alguém que tá drogado, você está raciocinando muito bem! - apontei.

- Bom, geralmente eu sou duro na queda - Ele começou a afastar minhas mãos que seguravam seu braço - Agora se me der licença, vou ver minha filha.

- Quê? Sem condições! Não vou deixar a Nicole te ver assim, de jeito nenhum! - ele vacilou outra vez e aproveitei pra prende-lo ainda mais forte contra a parede do imóvel- Me diz uma coisa: você costuma chegar sempre assim em casa?

- Não, senhora! - ele negou com veemência.

- E a sua filha? já te viu assim?

- Não sou um pai tão horrível assim! Já falei que não vi ela botando no meu copo. - ele rebateu, claramente ofendido.

- Nesse caso... Você já está acostumado a usar esse tipo de coisa? - perguntei com hesitação.

- Caralho! eu não sou um viciado, Bella. E a senhorita já está fazendo perguntas demais pro meu gosto. - Dessa vez não pude conter quando ele me afastou com agilidade da sua frente.

Por Trás da luxúria (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora