Capítulo 20

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Um caso!

Eu e Renzo temos um caso!

E por incrível que pareça minha prima (que o venera como se fosse uma adolescente perto do ídolo) parece ter ficado tão empolgada com a ideia quanto se fosse ela.
Como-assim-você-ainda-não-deu-pra-ele!!! - e sim, com travessões pois foi assim que ela guinchou ao terminar de ouvir a história do chuveiro.

- Não foi por falta de tentativa, vai por mim. Mas acho que ele entendeu que eu não raciocino direito quando estou perto dele. Por isso soube preservar minha vontade por nós dois.

- Qual a mulher que raciocina perto dele, pelo amor de deus? E essa vontade vai preservar até quando? Vai me dizer que vocês marcaram dia, lugar e hora pra transar! - ela gargalhou enquanto pegava sua preciosa cerveja nos armários do fundo da coordenação. O que já tinha virado ritual na nossas conversas escondidas.

- Na verdade sim, hoje a noite depois da festa que vamos ter.

- Como é que é? - Ela veio na minha direção com tanta determinação que cheguei a cogitar se aquela garrafa não ia direto pra minha cabeça. - Acho bom que ai embaixo esteja uma calcinha fio dental da melhor espécie! Com o dinheiro que aquelas vadias dão pra ter ele entre as pernas, deve está acostumado com o melhor!

Dei de ombros. - Eu não precisei investir dinheiro nenhum e tudo indica que vou ter ele pra mim essa noite. Então não querendo me gabar, mas acho que supero qualquer langerie cara. - peguei a garrafa de sua mão e dei um bom gole.

- Meu deus, eu criei um monstro! Você está terrível! - nós duas rimos juntas.

Realmente minha auto estima estava bem em alta nos últimos dias, Renzo tinha uma parcela de culpa nisso. Na ultima semana vivemos praticamente como dois adolescentes cheios de fogo no mesmo espaço. Uma vez ele inventou um problema no fogão pra Cida só pra que pudesse me beijar como queria:

- Acho que está vendo coisas, querido. Não vejo nenhum defeito no forno. - ela disse ainda de costas.

- É mesmo? - ele zombou enquanto dava uma mordidinha no meu lábio inferior depois de ter me surpreendido com um selinho breve. - deve ser coisa da minha cabeça então - disse piscando pra mim.

Dada a noite, Renzo fez um combinado com Nick de tentar vir mais cedo para lerem juntos. Acabou que nós três ficávamos na cama as vezes lendo as vezes contando nossas próprias histórias, ele era uma imitação perfeita de fera ranzinza e entediada de ler. Nós duas riamos até que Nick pegasse no sono.

Não posso ser hipócrita de não admiti que não ansiava por esses momentos. Depois que Nicole dormia nos dois saiamos de fininho para enfim se cumprimentar como gostaríamos, íamos para a cozinha aonde nossas conversas eram regadas com pequenas doses de vinho, só que ao contrário de Fernanda, esses eram bem mais caros e refinados. Foram nessas noites que descobri mais sobre ele. Renzo adorava bandas antigas, um bom vinho (que novidade!) e cozinhar nas horas vagas. Afirmou até preferir mil vezes um filme em casa do que virar a noite em qualquer balada, o que me surpreendeu. No final das contas ele demonstrava ser um cara bem romântico, o que só fez crescer minha admiração.

- Não por favor! essa tortura de novo não! - ouvi Fernanda suplicar conforme a diretora adentrava com uma caixa de balões.

- Não seja dramática, precisamos de mais alguns pra decorar o ambiente. Lembrando que estou de olho em vocês duas. - ela meneou com os dedos ao rosto antes de sair.

Nanda não esperou nem dois segundo pra se ajoelhar na minha frente depois disso. - Imagina a reação dela sabendo que você vai passar a noite com o pai gostosão da escola que ela dirige?

Por Trás da luxúria (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora