Capítulo 27

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Bella Albuquerque

Eu podia dizer que tinha outra visão do homem a qual estava me relacionando a partir de agora. Desde que eu descobrira sobre o passado obscuro de Renzo, tudo o que minha cabeça vêm fazendo é remoer o assunto, inclusive dias depois, no caminho silencioso enquanto volto da sua casa.

Ainda estava imersa em pensamentos quando sentir o tremor do celular na bolsa. Na ânsia para encontrá-lo, comecei a vasculhar o fundo e percebi uma acessibilidade maior que o natural. Aonde estavam os papéis da audiência?

- Alô? - atendi ainda atônita.

- Bella? É a Virgínia, sua advogada. Estou tomando seu tempo?

- Oi Vih! Já sair do trabalho, pode falar!

- É sobre isso mesmo, meu bem. Você tem certeza que mantém sua relação longe dos olhos da instituição, não é?

- Tenho sim, as pessoas que frequentam a escola só sabem que sou a babá, de resto, sempre mantemos a discrição. - esclareci, ainda meio tímida por minha advogada agora saber da nossa história.

- Ótimo! Fiquei sabendo que Jeandro está com um advogado novo pra representa-lo, ainda não tive tempo para pesquisar afundo sobre ele, mas obtive informações que é dos bons! - ela alertou, pra prosseguir logo a seguir:

- Revisando seu caso, vejo que temos uma boa munição, porém se não tomarmos o devido cuidado, esse ''deslize'' com um pai da escola pode gerar problemas na sua imagem, e julgamentos errôneos é tudo do que não precisamos agora, entende?

- irei tomar, além disso pretendo terminar hoje mesmo a análise do artigo que você me deu, quero está cinte de tudo que é preciso pra ter a guarda do Di, que tenho certeza que logo se tornará completa!

- É assim que se fala, garota! Agora preciso continuar o trabalho, me ligue se precisar de algo.

Me despedir de Virgínia e aproveitei pra mas uma vez procurar os papeis na bolsa, acontece que eles realmente não estavam lá. Só pude concluir que tinha esquecido na mesa de Renzo enquanto arrumava as coisas.

Ele me falou algo sobre aproveitar a noite para assistir um jogo de basquete com um amigo, o tal de Gabriel se não me engano, e por mas que tenha insistido pra eu ficar, não queria atrapalhar o momento deles, mas pelo visto não teria outra opção. Era uma das minhas únicas noites de folga e não queria desperdiça-la sem terminar de revisar a minha defesa até a próxima audiência contra Jeandro.

Que inclusive estava bem sumido, e comparado a todas as mensagens de ódio que ele me enviava quase todos os dias, o seu silêncio me dava medo.

***

Cheguei a porta do apartamento com o som de risadas ecoando de dentro.

Do lado de fora, pude deduzir que aquela altura Gabriel já havia chegado e fiquei mais uma vez com receio de interromper. Porém a porta estava entreaberta e eu realmente precisava dos documentos.

Segurei a maçaneta a ponto de empurra-la quando meus ouvidos se focaram no diálogo que vinha de dentro.

- E a sua babá? O bonitão ai já conseguiu levar ela pra cama?

- Ela não é a minha babá, Gabriel, é da minha filha - escutei Renzo corrigir.

- Pode até não ser, mas sei muito bem que você queria ela fazendo hora extra em cima de você. Diz ai, levou ou não levou? Ela manda bem?

Suas perguntas inoportunas feitas de forma tão natural me causava náuseas. Mas como Renzo não respondeu, ele mudou de assunto:

- Ei! Ela daria uma bela mãe pra minha afilhada, não? Bem que você poderia oficializar logo a coisa toda, resolveria boa parte do seus problemas. - Encolhi o peito ao vê-lo ri de forma despreocupada como não tivesse falando de um assunto que também diz respeito a mim, e sentir que aquilo foi a gota dágua.

Por Trás da luxúria (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora