Por Trás da luxúria (concluída)

Capítulo 15

Quatro horas!

 Quatro horas que teria que esperar para saber se teria ou não a guarda do meu próprio filho. Nunca estive tão apreensiva  na vida!

Fui em direção ao espelho e me encarei pela terceira vez. Eu estava parecendo uma mãe aceitável. Tinha comprado uma blusa de linho branca e vesti a saia preta tubinho do meu antigo emprego, apesar do desconforto, ela me deixava com um ar profissional impecável e de acordo com minha advogada, parecer responsável era tudo que eu precisava no momento atual.

- Fernanda. preciso falar com Fernanda! - corri em direção ao celular na mesa e freneticamente busquei seu número.

- Oie! Como você está? - foram suas primeiras palavras.

- Tudo menos bem! Jeandro me mandou uma mensagem minutos atrás me desejando boa sorte, sabe o que essa afronta significa, não sabe? Ele está confiante!

- Ele está querendo te desestabilizar isso sim! E onde está a sua confiança? Achei que era uma Albuquerque!

- Não significa que eu não esteja preste a ter um colapso nervoso! é a guarda do meu filho que está em jogo.

- Entendo, mas não vejo motivo meu bem, você não está trabalhando pro bonitão? Ele te paga bem. Além de que você está dentro de todos os critérios. Não tem motivos pra manterem o menino afastado de você outra vez.

- Tem razão, mas é tão difícil pra mim, Nanda... Eu não vou suportar se o tirarem de mim de novo.

- Não vai dar em nada surtar com paranoias. Faz seguinte, você ainda tem aquele vibrador que te dei de aniversário? Pega um pornô da melhor qualidade ou pensa no seu patrão sexy e se joga, gata! Depois me fala se não ajudou a relaxar.

- Eu nem sei aonde está aquilo! Na época eu ainda estava com Jeandro e tive um baita trabalho pra esconder. Você realmente estava a fim de destruir o meu casamento!

- Nada a ver, Jeandro que era um careta! Você mesma disse que ele não te dava prazer a séculos. E que mal um brinquedinho ia fazer que não agregar? olha, se você ainda não testou, é uma boa hora pra começar. Já basta ter que aguentar seu humor razinza todo dia!

- Sem chance! thau Fernanda. - tentei encerrar o assunto.

- Depois não diga que eu não avisei!

Eu não sei porque ainda me dou o trabalho, sinceramente... Tudo que eu queria é que esse dia acabasse logo e que eu pudesse realmente relaxar. Com noticia boa ou não mas pelo menos livre de ter que disputar com meu ex marido num gabinete de juiz. Jeandro era esperto e influente o suficiente a ponto de só com a lábia mudar toda uma opinião a seu favor. eu sinceramente espero que seu advogado de defesa não seja tão bom, senão... droga! E se ele tiver uma carta na manga? Isso é bem a cara dele!

Peguei novamente o telefone na esperança de reencontrar o número de Fernanda e cliquei sem pensar muito.

 - Eu estou a ponto de vomitar! Talvez a ideia do vidrador não seja tão ruim. - anunciei.

Um silêncio no telefone foi seguido de um ''hmmm'' pra logo depois prosseguir, num tom debochado que eu havia aprendido a reconhecer muito bem.  - Concordo que parece uma boa ideia.

- RENZO? - berrei em pânico.

- Suponho que você esperava outra pessoa? - ele ironizou.

Meu deus, porque eu não consigo simplesmente seguir a regra do ''Não faça nada quando se está nervosa?'' me livraria de traumas feito esse!

Olhei rapidamente a lista telefônica e me lembrei de que tínhamos nos falado horas atrás pra avisar que não poderia buscar Nicole hoje. É claro que o seu número estaria na lista de contatos recentes. E obviamente que o universo não perderia a chance de tirar uma com a minha cara.