Capítulo 12

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Valentina

Acordo com leve batidas na porta, logo uma senhora simpática entra trazendo café da manhã e analgésicos, que estou mesmo precisando, dos dois. Tento sentar na cama mas meu corpo todo dói, ela larga a bandeja e prestativa me ajuda.

- Meu nome é Vilma. O chefe já mandou virem algumas sacolas com roupas para você, assim que você comer, eu trago - ela diz assim que me entrega os remédios.

- Obrigada! - agradeço a senhora que me devolve um sorriso gentil

- Posso perguntar o que você fez para ser trazida para cá? - ela pergunta curiosa. Fico na dúvida se devo ou não responder, olho para seu rosto e não consigo definir até que ponto ela sabe sobre seu chefe e a milícia.

- Não se preocupe, sei bem como as coisas são. Trabalho para Dante há pelo menos 10 anos - ela diz calma, facilitando a minha resposta.

- Dona Vilma, eu não sou frágil, muito menos uma garotinha inocente - suspiro fundo, segurando a xícara de café fumegante - Já fiz muita coisa ruim e acumulei muito dinheiro com isso, mas não sou responsável por tráfico de crianças que estão me acusando. Estão errados sobre isso! - digo firme

- Dante está dando uma oportunidade de ouro para você. Se ele a quisesse morta, você nem estaria aqui agora - ela segura minha mão entre as suas e dá batidinhas nela - Tome seu café, vou buscar suas roupas - ela sai do quarto, me deixando pensativa sobre o assunto. 

Depois de me alimentar e dormir mais um pouco pelo efeito do anestésico, me sinto bem melhor. De banho tomado e vestida de roupas femininas novas, calça jeans e blusa vermelha de alças, me olho no espelho do banheiro. Sinto falta das minhas roupas de 3, 4, 5 dígitos, mas engraçado, estou estranhamente bem e confortável nessas roupas simples mas bonitas.  

- Com certeza está trancada! - murmuro para mim mesma olhando a maçaneta da porta, hesitando em abri-la. Resolvo tentar a sorte, sair desse quarto e olhar em volta, para minha surpresa a porta é aberta antes mesmo que eu gire a maçaneta, quase batendo em mim. Dante se surpreende tanto quanto eu e congela por alguns segundos.

- Vejo que está melhor! Pode sair do quarto se quiser - ele sorri de lado esticando o braço para indicar o corredor.

- Vai que seja uma armadilha, afinal sou uma prisioneira - digo com uma sobrancelha levantada sem me mover,  ele gargalha atirando a cabeça para trás e porra, o miliciano imbecil é lindo!

- Não se preocupe, Valentina! - diz meu nome como se estivesse saboreando cada sílaba - Pode andar pela casa sem problemas, mas só até a porta da frente. Esqueça pedidos de ajuda porque o único telefone na casa é o meu. Você não está autorizada a sair daqui até que eu termine a investigação. - diz dando batidinhas no bolso da calça onde está seu celular.

-  Descobriu meu nome bem rápido - provoco ele

- Não brinco em ação! - ele se aproxima do meu rosto - E vou descobrir ainda mais sobre você, pimentinha! - ele vai embora e aperto meu maxilar, bufando de raiva.



O miliciano e a dona do morro ( Brutos que amam - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora