Valentina
Ando altivamente pela laje do terceiro piso da minha mansão no topo do morro, sozinha, o silêncio da noite é quebrado apenas pelo toc-toc do meu salto 15. Suspiro fundo segurando no balaústre da sacada, aqui no terraço é possível avistar todo o Morro do Alemão. Gosto dessa vista assim a noite, tudo a minha volta cercado de milhares de casas coloridas e suas luzes, parecendo uma pintura de algum artista famoso e tudo isso está sob o meu domínio.
- Senhora, o Roger a aguarda com urgência! - um dos homens que fazem a segurança da minha casa vem atrapalhar meu momento de paz e meus pensamentos.
- Já desço para o escritório! - ele sai e respiro fundo olhando mais uma vez para toda a cidade abaixo antes de seguir atrás do homem.
- O que foi? - pergunto para Roger, meu amigo desde criança e meu braço direito no comando do morro, que me espera no escritório.
- A milícia está tocando o terror nos principais pontos de tráfico da cidade já tem algumas semanas. Agora eles nos mandaram um recado curto e direto - olho para a tela do monitor, a imagem é da sala de reuniões de uma das nossas casa no pé do morro. Não faço aparições, somente Roger e os homens que fazem a segurança da minha mansão conhecem meu rosto, todos de minha extrema confiança. Na imagem um rapaz franzino que deve ter 20-25 anos aguarda minha resposta, pelo porte, com certeza não é um miliciano.
- Um tal miliciano que se intitula de capo brasileiro é quem está espalhando a ordem. É pra parar com exploração infantil para ontem! Ignoramos da primeira vez, esse é o nosso segundo aviso e não terá próximo! - Roger fala sério repetindo o recado e eu gargalho atirando a cabeça para trás.
- Ordem de quem? Capo brasileiro? - gargalho debochada - Manda meu recado especial de volta, diz para esse capo fazer vinho e deixar meus negócios em paz! - respondo ríspida e Roger sabe o que fazer, mandar o homem de volta com alguns hematomas junto com um bilhete com o que eu disse. Era só o que faltava, um miliciano se meter comigo.
Meu marido era um traficante pequeno que controlava apenas uma mínima parte do Morro do Alemão. Com a morte dele a 4 anos atrás, cansei de ser uma coadjuvante e com apenas 20 anos assumi o seu lugar, assim como o de vários outros traficantes, me tornando a mais poderosa e a mais temida do Rio de Janeiro.
Eu sou Valentina, a Tina do Morro, a dona da porra toda!
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O miliciano e a dona do morro ( Brutos que amam - Livro 2)
Romance( Brutos que amam - livro 2) Para o miliciano Dante, ordem dada é ordem cumprida. Depois de receber uma tarefa de seu amigo capo fará de tudo para realizá-la, mas nada o prepara para os obstáculos que aparecem em seu caminho. OBS: Não é um romance d...
