Dante
- Fique quieta, pimentinha! - viro a garota para a parede e volto a algemar suas mãos.
- Meu nome é Tina! - ela rosna e eu rio da minha prisioneira petulante.
Puxo ela pelo braço e vamos em direção ao carro, meus homens nos olham intrigados, esperavam que eu interrogasse a mulher com meus "métodos eficazes", mas de nós dois, apenas eu estou com o rosto vermelho e o lábio sangrando. Que se dane! Levá-la comigo parece muito mais interessante agora.
Seguimos o caminho em total silêncio no carro. Além do galpão central, temos mais alguns galpões que usamos para interrogatórios, a Base onde fazemos nosso treinamento físico e a Casa 1, uma casa ampla de 2 pisos onde organizamos nossas ações, que é para onde vamos agora. Assim que chegamos, levo ela até o escritório e pego suas digitais para descobrir o máximo sobre essa mulher, preciso dar continuidade ao meu trabalho.
- O que você quer comigo, cara? - fala assim que indico a cadeira para que sente, enquanto me sirvo de uma bebida
- Muito bem, quero saber quem é o seu sócio aqui e tudo sobre o receptador de crianças na Espanha! - falo sentando calmamente na cadeira da mesa em sua frente. Já que ela perguntou, sou direto
- Do que está falando? - ela parece empalidecer e arregala bem os olhos verdes.
- Estou falando da sua associação com o tráfico de crianças para a Espanha! - falo devagar palavra por palavra para que entenda que irei descobrir tudo, mais cedo ou mais tarde.
- Você só pode estar maluco! - ela ri sem graça - Não tenho nada a ver com tráfico de crianças, qual é a sua, afinal? - ela diz com convicção, mas vamos ver até quando ela vai tentar me enganar.
....
- Confesse de uma vez, Tina do Morro! Quem são seus comparsas para mandar as crianças para o exterior! - falo num tom alto, parado em sua frente. Estou exausto e furioso. Estamos a quase 5 horas nesse interrogatório e ela segue me irritando, se fazendo de inocente.
- Eu já falei que não tenho nada a ver com isso! - ela responde no mesmo tom, também irritada.
- De um jeito ou de outro você vai abrir o bico! - aproveito para irritá-la mais, quem sabe não acaba deixando alguma informação importante escapar
- SE VOCÊ QUER UMA DESCULPA PARA ACABAR COMIGO, METE LOGO UMA BALA NA MINHA CABEÇA! ME MATA LOGO DE UMA VEZ, MILICIANO IMBECIL! - ela berra a todos pulmões e a fúria me consome. Avanço sobre ela e no próximo segundo minha mão aperta sua mandíbula. Puxo seu rosto para frente quase colando ao meu, a encaro com raiva, intimidando-a.
- Escuta aqui garota, você não vai querer me ver irritado! - rosno próximo ao seu rosto, ela me encara firme, mas dá para ver em seus olhos que está assustada.
Mapeio seu rosto que está vermelho, pela raiva e pelo meu aperto. Ela arfa e paro o olhar na sua boca carnuda. Por alguns segundos perco o foco do trabalho que preciso fazer, pisco voltando a mim e solto a garota de volta na cadeira. Viro de costas para ela para respirar fundo, depois caminho em direção a porta.
- JAIRO!! - grito por uma fresta e ele aparece logo em seguida - Tranque a garota no quarto ao lado do meu! - ele me olha com estranheza, mas faz o que mando.
Antes de saírem, olho de canto de olho a garota que me olha confusa. Não acho estranho porque também me sinto assim. Sento na minha cadeira e baixo a cabeça, apoiando nas mãos, respirando fundo para me acalmar.
- MERDA! - enfurecido, dou um soco em minha mesa. "Que porra está acontecendo? É a segunda vez hoje que essa garota me tirou dos eixos, e isso nunca aconteceu antes." penso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O miliciano e a dona do morro ( Brutos que amam - Livro 2)
Romance( Brutos que amam - livro 2) Para o miliciano Dante, ordem dada é ordem cumprida. Depois de receber uma tarefa de seu amigo capo fará de tudo para realizá-la, mas nada o prepara para os obstáculos que aparecem em seu caminho. OBS: Não é um romance d...