Capítulo 8

1.3K 127 0
                                    


Dante

- Fique quieta, pimentinha! - viro a garota para a parede e volto a algemar suas mãos.

- Meu nome é Tina! - ela rosna e eu rio da minha prisioneira petulante.

Puxo ela pelo braço e vamos em direção ao carro, meus homens nos olham intrigados, esperavam que eu interrogasse a mulher com meus "métodos eficazes", mas de nós dois, apenas eu estou com o rosto vermelho e o lábio sangrando. Que se dane! Levá-la comigo parece muito mais interessante agora.

Seguimos o caminho em total silêncio no carro. Além do galpão central, temos mais alguns galpões que usamos para interrogatórios, a Base onde fazemos nosso treinamento físico e a Casa 1, uma casa ampla de 2 pisos onde organizamos nossas ações, que é para onde vamos agora. Assim que chegamos, levo ela até o escritório e pego suas digitais para descobrir o máximo sobre essa mulher, preciso dar continuidade ao meu trabalho.

- O que você quer comigo, cara? - fala assim que indico a cadeira para que sente, enquanto me sirvo de uma bebida

- Muito bem, quero saber quem é o seu sócio aqui e tudo sobre o receptador de crianças na Espanha! - falo sentando calmamente na cadeira da mesa em sua frente. Já que ela perguntou, sou direto

- Do que está falando? - ela parece empalidecer e arregala bem os olhos verdes.

- Estou falando da sua associação com o tráfico de crianças para a Espanha! - falo devagar palavra por palavra para que entenda que irei descobrir tudo, mais cedo ou mais tarde.

- Você só pode estar maluco! - ela ri sem graça - Não tenho nada a ver com tráfico de crianças, qual é a sua, afinal? - ela diz com convicção, mas vamos ver até quando ela vai tentar me enganar.

....

- Confesse de uma vez, Tina do Morro! Quem são seus comparsas para mandar as crianças para o exterior! - falo num tom alto, parado em sua frente. Estou exausto e furioso. Estamos a quase 5 horas nesse interrogatório e ela segue me irritando, se fazendo de inocente.

- Eu já falei que não tenho nada a ver com isso! - ela responde no mesmo tom, também irritada. 

- De um jeito ou de outro você vai abrir o bico! - aproveito para irritá-la mais, quem sabe não acaba deixando alguma informação importante escapar

- SE VOCÊ QUER UMA DESCULPA PARA ACABAR COMIGO, METE LOGO UMA BALA NA MINHA CABEÇA! ME MATA LOGO DE UMA VEZ, MILICIANO IMBECIL! - ela berra a todos pulmões e a fúria me consome. Avanço sobre ela e no próximo segundo minha mão aperta sua mandíbula. Puxo seu rosto para frente quase colando ao meu, a encaro com raiva, intimidando-a.

- Escuta aqui garota, você não vai querer me ver irritado! - rosno próximo ao seu rosto, ela me encara firme, mas dá para ver em seus olhos que está assustada. 

Mapeio seu rosto que está vermelho, pela raiva e pelo meu aperto. Ela arfa e paro o olhar na sua boca carnuda. Por alguns segundos perco o foco do trabalho que preciso fazer, pisco voltando a mim e solto a garota de volta na cadeira. Viro de costas para ela para respirar fundo, depois caminho em direção a porta.

- JAIRO!! - grito por uma fresta e ele aparece logo em seguida - Tranque a garota no quarto ao lado do meu! - ele me olha com estranheza, mas faz o que mando. 

Antes de saírem, olho de canto de olho a garota que me olha confusa. Não acho estranho porque também me sinto assim. Sento na minha cadeira e baixo a cabeça, apoiando nas mãos, respirando fundo para me acalmar.

- MERDA! - enfurecido, dou um soco em minha mesa. "Que porra está acontecendo? É a segunda vez hoje que essa garota me tirou dos eixos, e isso nunca aconteceu antes." penso.


O miliciano e a dona do morro ( Brutos que amam - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora