Capítulo 13

1.2K 105 0
                                    

Dante

Estou agitado e minha cabeça ferve. Há 2 dias evito todo e qualquer contato com Valentina, mas minha mente não desliga dela. Nem mesmo eu entendo meu comportamento com relação a ela, sem falar em Andreas que está me pressionando para uma solução sobre o caso que preciso resolver o quanto antes. Sem conseguir adiar mais, a chamo para meu escritório, a abusada me irrita entrando sem bater e senta na cadeira em frente a minha mesa com cara de poucos amigos.

- Minha paciência está acabando, Valentina! Quero uma resposta sobre o tráfico das crianças -  em pé, cruzo os braços e me recosto na janela no fundo da sala, iniciando a conversa séria o mais longe possível da garota.

- Já falei mais de mil vezes que não tenho nada a ver com essa história - ela fala ríspida, sem me conter, saio de onde estou ficando frente a frente com ela.

- Se não foi você, foi seu braço direito sob o SEU comando! - falo alto apontando o dedo para seu rosto, ela me olha como se faíscas saíssem dos olhos verdes em minha direção.

- Para mim já chega! Se o assunto era esse, então estamos conversados! - ela levanta rápido e se vira para sair do escritório, antes que dê um passo, seguro seu braço.

- Escute aqui Valentina! A conversa só acaba quando eu disser que acabou! - rosno entre dentes, não estou acostumado a ser afrontado desse jeito.

- MILICIANO IMBECIL! - ela grita em meu rosto. Minha mente fica nublada, sinto tesão e raiva, dela pelo atrevimento e de mim por ficar excitado com essa desaforada. 

Seguro firme seus braços e a empurro até que bata de costas na parede, ela se debate tentando se soltar. Aperto seus pulsos com uma mão acima de sua cabeça e a outra firmo seu pescoço, prestes a esganá-la, olho em seus olhos furioso e no instante seguinte quase ataco sua boca.

Quase. Quase a beijei. Só não consegui porque ela vira o rosto bem na hora e acabo enterrando meu nariz em seu pescoço.

Frustrado, suspiro fundo sendo invadido pelo perfume de seus cabelos que lembra morango. Seu cheiro me excita. Arrasto meu nariz pelo seu pescoço até sua orelha, ela luta para se soltar e imprenso ainda mais meu corpo no seu, esfregando minha excitação em seu ventre.

- É assim que trata seus prisioneiros, miliciano ? - ela diz baixinho com a respiração cortada.

- Só uma prisioneira atrevida que me tira dos eixos! - sussurro em seu ouvido. Passo devagar a ponta do nariz por seu rosto e quando penso em atacar sua boca de novo, alguém nos interrompe.

- Hã-ram! - ouço o arranhar de garganta de Jairo que está parado no batente da porta. Solto Valentina e viro de costas, ajeitando dentro das calças meu pau dolorido de ereto. Digo para ela voltar para seu quarto e antes que saia escuto seu murmuro: - Bando de miliciano imbecil!

Sento na cadeira atrás da mesa e esfrego meu rosto com brusquidão, depois puxo os cabelos do alto da cabeça para trás com força, respirando fundo para voltar ao meu normal.

- Que porra estava acontecendo aqui ? - Jairo se inclina apoiando as mãos na mesa com a testa franzida.

- Você está me questionando? - rosno, devolvendo a cara fechada. 

-Não chefe, mas estou estranhando seu comportamento com essa garota! - ela suaviza a expressão e recua alguns passos para trás.

- ISSO É PROBLEMA MEU! - abro a primeira gaveta da mesa e pego minha arma, depois de conferir o pente de balas, levanto e coloco ela na parte de trás do cinto - Avise o Marcel que vou sair! - rumo em direção da garagem. Normalmente Jairo ou Seco me acompanhariam para minha segurança, mas Jairo me irritou agora a pouco e Seco só pensa em treinar na Base.

Saio de carro sem rumo pela cidade que já dá os primeiros sinais do anoitecer, seguido por Marcel e mais um, cada um numa moto. Procuro por um bar menos movimentado, para esquecer essa confusão em minha mente, preciso urgentemente espairecer, beber... e transar.

O miliciano e a dona do morro ( Brutos que amam - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora