Capítulo 18

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Valentina

Estamos voltando para a casa quando Dante é chamado por um de seus homens, então continuo o caminho sozinha e aproveito para pensar. Viver trancada não é novidade, vivia trancada em casa por meu pai que era extremamente severo, depois no morro sempre cercada por armas para minha própria segurança, então estar aqui e poder aproveitar todo esse espaço livre disponível é quase, quase libertador.

Desde que fui morar com Welinton e me descobri fazendo parte do tráfico minha vida vem correndo riscos, o perigo sempre me rondando. Quando os homens de Dante me sequestraram realmente achei que seria meu fim, mas para minha surpresa ainda estou aqui e voltando para minha casa logo, logo.

Entro na casa e antes que suba as escadas vejo uma mesinha com telefone no canto da sala. Mordo o lábio e meus dedos coçam enquanto encaro o aparelho. Olho para todos os lados e espio pela janela, como não há ninguém por perto vou até o aparelho e ligo para casa. Roger atende depois de alguns toques, provavelmente hesitou por ser um número desconhecido.

- Tina?! Caralho! Nem acredito, você conseguiu escapar? Você está bem? Algum filho da puta machucou você? Onde você está que busco você agora mesmo! - ele fala sem nem ao menos parar para respirar

- Estou bem! Volto logo para casa ! - tento acalmá-lo, ele suspira

- Movi meio mundo procurando por você e nada! Me perdoa por ter sido um inútil! - Roger fala com a voz embargada.

- Não fizeram nada comigo. Como estão as coisas na minha ausência? - corto o assunto antes que chore na linha.

- Não se preocupe, tudo continua em ordem. Diga onde está e vou agora mesmo buscar você! - penso por um momento, posso simplesmente dizer onde estou e Roger vir me buscar, mas pelo que vi da segurança, sem autorização, definitivamente ninguém entra nem sai.

- Eles prometeram me liberar em alguns dias, então você poderá vir me buscar, espere meu contato - tento uma maneira que seja razoável. Se Roger tentar invadir com o nosso pessoal e as armas que temos, será fatal com certeza. Me despeço rápido e desligo o aparelho, dou um pulo de susto quando alguém segura firme meu pulso.

- Mal pode esperar eu virar as costas para ligar para o seu namorado? - rosna Dante. Merda! Só o que falta ele resolver não me liberar tão cedo por causa disso.

- Sou uma sequestrada. É certo que na primeira oportunidade ligaria para casa - puxo meu braço, mas ele não solta.

- Esse cara que estava falando é seu namorado? - pergunta ríspido

- Isso não é da sua conta! - respondo no mesmo tom. Puxo o braço novamente, ele dá um puxão forte de volta, fazendo com que eu fique quase colada em seu peito.

- Ele.é.o.seu.homem? - ele me encara furioso.

- Sou uma mulher de negócios. Não se esqueça de que você prejudicou vários deles. Precisava saber se tentaram invadir meu morro na minha ausência - ele continua me encarando por alguns segundos, depois solta meu pulso lentamente.

- Tudo foi monitorado nesse período, não se preocupe. Não interferi mais em seus negócios e a informação sobre seu sequestro foi bloqueada. Se algum traficante rival tentasse tomar o morro, nós saberíamos primeiro, afinal estamos caçando aquele homem da negociação - ele diz

- Não precisa se dar esse trabalho, eu mesma pego aquele cara - digo firme. Ele caminha de volta para fora da casa e assim que sai, solto a respiração que nem sabia que tinha prendido. Dante é realmente uma incógnita, mudando de ameno e fúria num piscar de olhos.


O miliciano e a dona do morro ( Brutos que amam - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora