Valentina
Entro na minha mansão do morro, é bom estar de volta em minha casa, mesmo que o motivo de ter voltado não seja dos melhores.
Caminho direto ao escritório depois de perguntar onde Roger estava, assim que cheguei dei por falta de alguns dos meus homens de confiança, infelizmente devem ter sido mortos ou feridos na última invasão. Abro a porta, Roger está de costas, olhando pela janela, ele se assusta quando entro.
- Tina! Que bom ver você! - ele vem até mim e deixa um beijo em meu rosto antes de me abraçar. Um amargor sobe em minha garganta e deixo meus braços esticados para baixo, sem conseguir retribuir o abraço.
- Como estão as coisas na minha ausência? - pergunto friamente, me solto e caminho para o outro lado da mesa, sentando em minha cadeira.
- Estão tranquilas. Tudo segue normalmente - ele me olha em dúvida se aproximando até meu lado.
- Por quê? - é só o que sai da minha garganta que parece ter um nó, fecho meus olhos esperando sua resposta.
- Por que o quê, Tina? Por que está assim comigo? - ele estica a mão para me tocar, mas desvio, alcançando minha bolsa. Tiro a foto que peguei do dossiê dele e Welinton juntos e empurro sobre a mesa até sua frente, Roger parece perder a cor.
- Tina ...- ele começa a dizer num fio de voz, mas não me contenho.
- POR QUE, ROGER? Por que me traiu? - lágrimas descem pelo meu rosto.
- Eu queria ter poder! Queria ter muito dinheiro! - ele me encara, mas tem algo a mais em seus olhos.
- Eu conheço você desde sempre. Acredito que ainda está mentindo! - digo tentando decifrá-lo
- Queria dar uma vida boa para minha vó e Dandara. Queria ser o rei do morro ! - ele levanta a voz. Lembro como se fosse ontem de nós dois nos despedindo da avó e da irmã mais nova dele na rodoviária e sinto meu peito apertar. Sempre fui tratada como parte dessa família.
- E para isso precisava se aliar ao Welinton e me trair? Rir nas minhas costas deixando que os italianos me apagassem pelos crimes de vocês? - me exalto também, um nó se forma na minha garganta
- Não! Juro que não! Isso foi coisa do Welinton. Eu jamais colocaria você em risco, acredite em mim Tina - ele se ajoelha no chão ao meu lado, limpo meu rosto com raiva pelas lágrimas que descem, eles não merecem.
- Acabou Roger! Acabou a nossa amizade, nossa parceria. A Tina do morro acabou, se era poder que queria, pode ficar com tudo para você! - digo desanimada levantando para sai dali o mais rápido que puder.
- Não, você não pode abandonar tudo o que construímos ! - ele segura meu braço para me impedir
- Se como a dona do morro perdi meu irmão, não quero mais ser dona de nada! - ela me olha chocado soltando devagar o meu braço. Saio sem olhar para trás.
Sigo em direção a porta da frente, Jairo e os outros ficaram me esperando nos dois carros na frente de casa. Assim que chego na sala, dois dos homens novos me cercam.
- Qual foi ? - pergunto irritada, dou um passo a frente e sinto alguém tapar minha respiração com um pano, acerto uma cotovelada nele, mas os dois outros em minha frente me prendem, meus joelhos cambaleiam e logo tudo escurece.
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O miliciano e a dona do morro ( Brutos que amam - Livro 2)
Storie d'amore( Brutos que amam - livro 2) Para o miliciano Dante, ordem dada é ordem cumprida. Depois de receber uma tarefa de seu amigo capo fará de tudo para realizá-la, mas nada o prepara para os obstáculos que aparecem em seu caminho. OBS: Não é um romance d...