HARRIET SPENCER
As férias tem sido um bom período pra mim e, ao contrário de todo mundo, eu não fiquei em casa por mais de uma semana. Fiz algumas viagens, encontrei alguns amigos. Tentei manter minha cabeça longe da solidão que era ficar em casa sozinha, sentindo falta do meu pai.
Há três dias quando cheguei em Londres, eu estava feliz por um dos diretores da McLaren ter me telefonado, dizendo que o nosso ano ia começar mais cedo. O trabalho me mantinha ocupada e eu gosto muito dele, não seria nenhum sacrifício voltar duas semanas antes.
O que mais me intrigou foi a natureza desse telefonema. Lembro muito bem de Alan me dizendo que as novidades iriam surgir no tempo certo e, aparentemente, esse tempo chegou. Pego meu celular e mando uma foto minha para o Pepo com a legenda "e aí, pronto pra mais um ano com a sua relações públicas favorita?".
Nem espero ele responder, por que quando olho no relógio percebo que já estou atrasada e nem ao menos sei o que vou vestir. Corro até o banheiro para um banho rápido enquanto penso que poderia usar minha calça cáqui e qualquer camisa branca que tenho no guarda-roupas. Uma sapatilha preta ia combinar bem.
Depois de terminar meu banho, engolir uma barrinha de cereal e me trocar. Estou andando pela casa procurando o outro par da minha sapatilha que claramente tinha que se perder justo hoje. Mas não posso reclamar, afinal, é um dos dias mais importantes quando se trabalha para uma equipe de Fórmula 1. Nós amamos anúncios oficiais, por que são sempre boas notícias, não importa quais sejam e isso estava me deixando duplamente animada.
Apesar de toda essa empolgação e vício no meu trabalho, eu diria que não sou assim tão obcecada por Fórmula 1. Sou obcecada pela adrenalina, pelo cuidado do trabalho que eu faço, eu gosto de manter as coisas todas no lugar, é quase terapêutico.
Enquanto divago sozinha andando de um lado para o outro atrás da sapatilha, a encontro assim que caminho até a porta que dá para a rua, estava ali o tempo todo, como não vi? Calço o pé que restou e caminho até a mesa de centro para pegar as chaves do carro.
Antes de sair checo meu celular e fico um pouco surpresa por ver que Pepo nem se quer visualizou a minha mensagem. Estranho, mas de certa forma previsível.
Assim que abro a porta, noto o quanto o dia está lindo hoje, colaborando com toda a minha expectativa. É claro que hoje é um grande dia. Coloco o novo álbum da Taylor Swift pra tocar e começo o trajeto até a sede da McLaren que fica no coração de Londres e, apesar de eu ter me atrasado um pouco, vou conseguir chegar a tempo, mesmo que em cima da hora.
Estou cantando Red a todos os pulmões quando, 15 minutos depois, me sinto uma pessoa de sorte e encontro uma vaga bem em frente ao prédio, dou seta rapidamente e coloco o carro na vaga. Viro a chave para desligá-lo e a voz da Taylor Swift some, enquanto o meu nervosismo começa a aumentar.
Checo pela última vez minha maquiagem no espelho do quebra sol e, antes que eu possa sequer abrir a porta, sinto um tranco anormal que faz o meu carro balançar, levando com ele toda a sorte que eu achava estar tendo nesse dia. Não é possível. Olho pelo retrovisor e uma onda de raiva me domina. Quem é esse cidadão que acabou de bater no meu carro?
Abro a porta e saio marchando para ver o estrago, na mesma hora em que o rapaz do bonito Porsche também desce. Ele me olha com uma expressão culpada e eu acho bom que ele esteja mesmo se sentindo culpado por amassar o meu carro. Encaro a parte de trás que, apesar de tudo, não estava tão amassada assim e volto meu olhar para o carro dele.
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treacherous | lando norris
FanfictionHarriet Spencer é uma garota determinada que sabe o que quer e sabe o que fazer para conseguir. Quando se viu sozinha no mundo, resolveu se candidatar para uma vaga de emprego na McLaren por que isso a fazia se sentir mais próxima de seu pai que sem...