the preparation

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HARRIET SPENCER

Eu estaria maluca se dissesse que Alan não me assustou aquele dia. O momento que eu e Lando tivemos na sala de reuniões, embora não tenha sido nada demais, chamou a atenção do meu chefe e eu sentia ele me observar a cada passo que eu dava depois disso.

Ou então, eu realmente estava ficando maluca e enxergando coisas que não existiam.

Desde que tudo isso começou, em nenhum momento comentei com Lando o detalhe sobre o meu contrato. Primeiro por que não tinha necessidade de eu perturbá-lo com uma coisas dessas antes do fim definitivo da temporada e, segundo, por que eu sou o elo mais fraco nessa situação, então a corda iria estourar para o meu lado quer ele quisesse, quer não.

Embora tenha deixado bem claro que isso entre nós não era uma boa ideia. Por que, de fato, não era mesmo. Eu não conseguia parar de me enroscar com ele em toda e qualquer oportunidade que tivessemos. Nós dois somos como dois polos opostos de um imã que se atraem um pelo outro automaticamente.

O resto da semana, foi tranquilo. Lando realmente foi buscar a própria roupa de gala como tinha dito ao Alan que faria e eu peguei a minha e a do Pepo. O baile de gala da McLaren era um evento organizado por nós mas convidávamos todas as equipes, a FIA nos ajudava com uma boa quantia em dinheiro também, então acabava sendo um evento meio oficial de fim da temporada regular.

O vestido que escolhi era frente única, com uma fenda comportada em uma das pernas e de um vermelho vivo marcante. Não tive muito tempo para escolher e acabei ficando com o primeiro que experimentei e gostei. Ainda não tinha mostrado foto para o Lando, mas algo me dizia que ele ia adorar.

Balanço a cabeça, enquanto penso sozinha. Por que estou considerando a opinião dele sobre isso?

Enfim, os demais preparativos do baile já estavam todos organizados. Perto da nossa mesa alocamos a equipe da Mercedes e da Ferrari que, embora nossas rivais nas pistas eram equipes com as quais mantinhamos boas relações quando o assunto não era motores rangendo e pilotos talentosos. Como Alan sempre dizia "Mantenha os amigos perto e os inimigos mais ainda".

Apesar de eu pensar em Lando a cada cinco minutos, confesso que depois do episódio com Alan eu o evitei a todo custo. Como se precisasse de um tempo dele pra poder organizar na minha cabeça como que eu ia lidar com o nosso envolvimento no baile de gala.

Foi difícil fazer isso.

Eu já estava me acostumando com as nossas interações casuais. Não brigávamos mais, ele sempre arrumava um jeito de ficar perto de mim ou me tocar, seja me beijando dentro de algum cômodo quando ninguém estava vendo ou percorrendo a mão pelas minhas costas despretenciosamente.

Era bom. Não. Era mais do que bom.

E isso me assustava.

Desde que tudo começou tenho me preocupado muito com o rumo que minha carreira iria tomar. Se Alan teria culhão de me demitir por causa de um contrato, eu precisaria ser esperta. O problema é que só tinham duas opções possíveis pra mim:

Ou eu aceitava a demissão e procurava uma nova equipe pra trabalhar.

Ou eu interrompia o que é que estivesse vivendo com o Lando pra poder continuar trabalhando com a McLaren que é a minha equipe e também a equipe da pessoa que me fez chegar até aqui: o meu pai.

Nenhuma das opções era fácil e eu teria que escolher muito bem o que fazer pra não me decepcionar ainda mais.

*

Quando termino de me arrumar e já estou vestida, sento na sala de estar para esperar o Pepo. Combinamos de ir juntos para o baile, como sempre fazíamos.

treacherous | lando norrisOnde histórias criam vida. Descubra agora