the idea

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LANDO NORRIS


Ficar perto dessa mulher uma hora vai acabar comigo.

Isso era só o que eu conseguia pensar dia após dia depois do nosso momento juntos no motorhome. O beijo com ela no meu colo estava tatuado na minha mente como uma lembrança dolorosa do que eu queria ter e sabia que não podia. Bastava apenas fechar os olhos e eu conseguia sentir o perfume doce dela como se ainda estivesse preso lá, com ela nos meus braços.

Na verdade, desde que nos conhecemos, eu nunca pensei que aqueles flertes todos fossem realmente render alguma coisa, Harriet sempre foi durona e o meu jeito brincalhão tinha como única finalidade neutralizá-la.

Mas, com certeza, o tiro saiu pela culatra quando estou deitado no sofá pensando nela, em um sábado à noite, depois do treino no simulador. Quem sou eu e o que fiz com o velho Lando Norris que meses atrás estaria bêbado com Pierre em algum lugar enroscado com pelo menos duas garotas?

Os dias passaram rápido demais.

A correria nos GPs vinham e iam, mais reuniões de equipe, mais entrevistas, mais produção de conteúdo midiático para a McLaren. Harriet e eu tínhamos nossa interação juntos, mas não era a mesma coisa quando eu não conseguia nenhum tempo livre só com ela em lugar nenhum.

Fora o fato de que não vi nem o cheiro de um pódio perto de mim durante todo esse resto de temporada e, sinceramente também não estou esperando que venha mais algum restando duas corridas para o fim do campeonato. Alguns podem achar que essa é uma versão pessimista de tudo, no entanto, o mais importante eu estava fazendo: sou um piloto melhor desde que eu comecei, tanto na direção, quanto na minha disciplina.

Isso deixava todo mundo satisfeito.

Eu. A equipe. Pepo. Harriet...

No fim das contas, nem tudo era sobre vencer, mas também sobre evoluir, não cometer erros, saber quando arriscar. Sobre entender que um carro mais veloz faz diferença quando estamos brigando por milésimos de segundos. Nem tudo era sobre ter talento e acho que, pelo menos isso, eu consegui provar que não me faltavam habilidades.

E também me lembrava que com a falta de um pódio, eu não tinha chance de apostar mais com Harriet, nem que fosse só pela diversão.

Lembrar dela me fazia pensar que faz algum tempo que tenho notado alguns comportamentos estranhos que não estavam presentes antes. Na verdade, começaram a surgir desde a última vez que nos beijamos, na qual me lembro muito bem da mentirinha inocente que ela me contou sobre com quem estava conversando ao telefone.

Não é típico dela mentir e é isso que me deixa com a pulga atrás da orelha.

Se tivesse sido apenas uma vez, isso não teria chamado tanto a minha atenção. Tentei investigar com Pepo, com Alan e com alguns engenheiros que sei que ela tem mais contato. Ninguém reparou nada. Ninguém prestou atenção nas respostas evasivas que ela dava quando era questionada sobre seus planos para a próxima pré-temporada ou em alguns dos sumiços no meio do paddock onde ninguém sabia dizer onde ela estava. Mas eu prestei e sei que algo está errado.

Agora, como vou investigar isso, é a pergunta de um milhão de dólares para a qual eu não tinha resposta alguma. No fundo, uma parte de mim só achava que ela me contaria se confiasse em mim o suficiente, mas se nem Pepo tinha notado a diferença, então talvez seja algo que ela só esteja guardando pra si mesma até que seja a hora de trazer à tona.

Em grande parte do tempo, eu me perguntava o que faltava para que nossa conexão pudesse melhorar. Então bem aqui, deitado no sofá, tenho uma ideia que ao mesmo tempo é maluca e ao mesmo tempo genial.

treacherous | lando norrisOnde histórias criam vida. Descubra agora