Not So Perfect | Draco Malfoy

ONZE

FLASHBACK 2
༛ ༺ ༻ ༛

Eliza acordou duas horas antes de precisar. Não de propósito, mas porque ela acordou depois de apenas uma hora de sono e não conseguiu adormecer novamente.

Dez minutos antes de precisar sair, ela decidiu se arrumar. Ela vestiu o uniforme escolar e um moletom preto por cima. Ela enfiou a capa descuidadamente na bolsa e foi até o banheiro para escovar os dentes e o cabelo.

Assim que ela terminou, sua mãe estava chamando-a e ela saiu do quarto, saindo com sua mãe e seu pai para a estação de trem.

Enquanto seus pais a abraçavam em despedida, ela não disse nada. Sua mãe segurou seu rosto com lágrimas nos olhos.

— Por favor, se cuide, Eliza — sua mãe quase implorou.

Em seguida, seu pai agarrou seu ombro e virou seu corpo em direção a ele.

— Engula o choro, querida! — ele murmurou e as palavras dele ficaram presas em seus ouvidos.

Assim que terminaram de se abraçar e dizer suas últimas palavras para seu corpo quase sem vida, ela se afastou.  Ela se dirigiu ao expresso de Hogwarts, onde viu os últimos alunos restantes entrando.

Ela seguiu em frente e desceu o corredor, quase como um fantasma. É como ela se sentia. Todos ao seu redor rindo e parecendo felizes, animados por mais um ano na escola, enquanto ela caminhava sem sentir nenhuma emoção, sentindo-se entorpecida, como se ela estivesse sendo forçada a existir.

Embora ela não esteja drogada ou intoxicada, sua mente parece um grande borrão, incapaz de pensar em qualquer coisa. Seus olhos estavam injetados e caídos de tanto chorar durante quase todas as horas do dia.  Ela tinha olheiras por causa da falta de sono e seus lábios estavam secos por não ter bebido ou comido o suficiente.

Mas ela não ligava.

Ela finalmente encontrou um compartimento vazio e sentou-se nele.  Ela nem mesmo pensou por um momento em encontrar seus amigos ou mesmo Draco.

Ela fechou a porta do compartimento atrás dela e os sons das risadas e conversas silenciaram instantaneamente. Ela largou a bolsa no chão, sentou-se em uma das poltronas e apoiou as pernas na poltrona à sua frente.

Eliza encostou a cabeça na janela e permitiu que seus olhos observassem enquanto o trem passava por pontes, por campos e florestas.

Uma hora se passou e ela nem percebeu até que ouviu a porta do compartimento se abrir.

Ela saltou quando seus olhos dispararam em direção à porta.

Era Adrian.

Ele entrou e fechou a porta atrás dela.

Ela praticamente o ignorou enquanto voltava a descansar a cabeça na janela mais uma vez.

— Puta que pariu, você está uma merda — disse ele enquanto se sentava no banco na frente dela, ao lado de suas pernas.

Eliza ainda o ignorou.

— O quê? Não recebo nem um oi? — perguntou ele.