VINTE E DOIS

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DEIXADOS PARA APODRECER
༛ ༺ ༻ ༛

O corpo inconsciente de Eliza estava deitado imóvel sobre a mesa, com os braços fracos pendurados e a cabeça apoiada para o lado. Até que Draco segurou seu rosto e moveu sua cabeça novamente.

— Ela está inconsciente! — Draco gritou com Laya, que estava em pânico enquanto examinava o ferimento com as mãos trêmulas.

— Eu não posso fazer isso sozinha... eu... eu tenho que buscar ajuda...

Laya estava correndo para fora da pequena casa antes que Draco pudesse dizer qualquer outra coisa.

A casa, agora estava em silêncio.  Nenhum som além da respiração rígida saindo da boca de Draco.

Ele agarrou a borda da mesa enquanto se inclinava para frente. Ele fechou os olhos e tentou imaginar qualquer outra coisa além do corpo dela, que parecia morto, deitado na mesa de madeira.

Mas tudo o que ele podia imaginar era como eles já foram felizes. Como a vida costumava ser simples.

Ele sempre pensou que eles iriam acabar juntos, que se casariam e talvez tivessem filhos e viveriam uma vida longa e pacífica. Mas isso... isso não é pacífico. Os últimos cinco anos não foram nada além de um inferno.

A porta se abriu e bateu contra a parede da cabana. Draco abriu os olhos e se endireitou ao ver Laya correndo de volta para dentro.

Draco estava prestes a falar, mas Laya falou antes que ele tivesse a chance.

— Ele está a caminho...

— Quem? — Draco perguntou rapidamente, exigindo saber a resposta.

— Nosso médico... — Laya disse e Draco sentiu o alívio sair de seu peito — Ele é mais bem treinado do que eu, ele vai ajudar.

— Ok — Draco sussurrou e assim a porta se abriu novamente.

— Bom dia, meu nome é Eugine — um homem alto, magro e de aparência idosa entrou com uma pequena bolsa marrom na mão.

Draco o olhou de cima a baixo e o observou enquanto ele caminhava em direção a Eliza.

De pé do outro lado da mesa, Draco observou Eugine colocar sua mão grande e magra na pele ensanguentada de Eliza.

— Você está certa Laya, isso é uma infecção...

— Você pode ajudá-la? — Draco questionou.

— Eu posso tentar o meu melhor — disse Eugine, olhando para Draco.

Inútil — Draco murmurou baixinho.

Em seguida, colocou a mão sob o corpo de Eliza e foi levantá-la.

—Estou levando-a a um médico de verdade.

— Eu não a moveria... — Eugine disse calmamente. Quase como se ele realmente não se importasse.

— Não. Não há médicos de verdade aqui, mas Eugine é o melhor que temos — Laya disse enquanto avançava, colocando sua mãozinha pálida sobre a de Draco — Não há médicos por quilômetros. E você não pode aparatar daqui.

— Então, eu só devo confiar que esse velho pode salvá-la? — Draco disse.

— Sim! A linha da aparatação está a quilômetros de distância e mesmo se você chegasse lá a tempo e ela ainda estivesse viva, ela não sobreviveria à aparatação. Ela estaria morta antes de você voltar.

— Esse velho é a única esperança que você tem de que sua namorada consiga sobreviver — acrescentou Laya.

— Ela não é... — Draco balançou a cabeça — Deixa pra lá. Apenas faça isso. E se ela morrer eu matarei vocês dois.

Not So Perfect | Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora