VINTE E QUATRO

306 27 5
                                    

COSTUMAVA FAZER
༛ ༺ ༻ ༛

Eliza estava sentada no chão de mármore branco da cela. Ela não tinha certeza se era uma cela por causa de quão grande parecia. Havia paredes brancas e uma porta de vidro.

Ela se agachou com os joelhos dobrados contra o peito. Ela estava tremendo de raiva. Já faz algumas horas desde que Draco a aprisionou lá e tudo o que ela quer é que ele volte para que ela possa gritar mais com ele e forçá-lo a deixá-la sair dali.

Ela olhou para cima, com olhos cansados, para o sangue no vidro e zombou. Ela tentou por pelo menos duas horas quebrar o vidro, mas falhou. Ela não conseguiu encontrar nada para quebrar o vidro, a única coisa na cela era ela, sozinha. Então ela não teve escolha a não ser usar suas próprias mãos.

Ela socou e acertou o vidro com toda a força que lhe restava, mas quando suas mãos sangrentas e machucadas começaram a latejar de dor, ela desistiu.

Está tão quieto lá, tão solitário. Faz com que ela sinta que todos no mundo se foram e só resta ela.

A outra coisa que ela notou foram algemas presas à parede. Isso a fez se perguntar para que essa cela era usada.  Quem esteve aqui antes dela?

Longos momentos de silêncio se passaram e então ela o viu. Draco.

Ela se levantou rapidamente enquanto ele marchava em direção à porta de vidro, que agora estava manchada com o sangue dela.

Ele usava calças pretas e uma camisa preta de botões com os demais botões desabotoados. Ele parecia ter ido se lavar e se trocar para roupas limpas, enquanto ela teve que ficar lá suja.

Enquanto ela não teve nada além de piso de mármore, ele foi para casa, para sua cama e dormiu confortavelmente.  Ela nem dormiu.

Enquanto ele teria comido o jantar e o café da manhã ou talvez o almoço e o jantar, dependendo da hora. Ela nem sabia que horas eram.

Raiva e aborrecimento encheram seus olhos.

Ele ficou em frente ao vidro com as mãos nos bolsos. Seus olhos dispararam para o sangue manchado. Eliza observou o peito de Draco se erguer enquanto sua mandíbula apertava.

— Você veio para me deixar sair? — Eliza perguntou a ele, mas seus olhos permaneceram no sangue. 

Ela tentou manter a calma porque talvez ele a deixasse ir se ela estivesse calma. Mas ele ignorá-la estava tornando mais difícil para ela fazer isso.

— Olá! Eu te fiz uma pergunta... — ela continuou.

Seus olhos então foram para as mãos dela que estavam penduradas ao seu lado, ele viu mãos ensanguentadas e ele percebeu o que ela tinha feito.

— Vejo que você esteve ocupada — Draco disse e se segurou para não perguntar se ela estava bem ou perguntar por que ela fez aquilo.

Ele sabia porque ela fez aquilo. Por causa dele. Porque ele a trancou neste quarto. Era culpa dele as mãos dela estarem cobertas de hematomas e sangue.

— Vou continuar fazendo isso até você me deixar sair — Eliza disse a ele.

Ele suspirou.

— Este vidro é feito de titânio, nem mesmo o mais forte dos martelos poderia quebrá-lo.

Eliza desviou o olhar, sua única esperança de sair se foi.

Ela olhou para cima quando viu Draco se afastando e saindo da sala. Ela começou a bater no vidro novamente.

Not So Perfect | Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora