JUKEBOX - JAY + SUNGHOON

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Olá, saindo mais uma oneshot ❄️

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Era verão do ano de 1985 e todos os jovens estavam curtindo nas piscinas do clube, ou indo para o litoral. No entanto, para Jay, um garoto de dezessete anos, o melhor lugar para passar o verão era uma lanchonete que atendia pelo nome de Hula Hula e servia os melhores hambúrgueres da cidade. Mas se engana quem acha que ele está lá pela comida ou pela decoração em vermelho, chão quadriculado e paredes verdes, padrãozinho da época e ponto de encontro depois da escola. Não, ele nem sequer tinha amigos para encontrar depois da escola. Jay está lá todos os dias, sentado na mesa mais isolada, espiando por detrás de seus óculos quadrados de lentes grossas. E seus olhos estão focados em ninguém menos do que aquele garçom que patinava de mesa em mesa, entregando os pedidos com facilidade.

O nome dele é Park Sunghoon.

E, aos olhos de Jay, ele é a pessoa mais linda que já existiu nesse planeta.

Tudo começou há seis meses, mais precisamente na noite de natal. Nevava muito naquele dia, mas Jay não queria ir para casa. Sua mãe havia falecido há dois anos e seu pai estava namorando novamente, então ele havia trazido a mulher e o filho dela para viverem com eles na mesma casa. Não era como se ele não gostasse daqueles dois, era mais como se os evitasse porque olhar para eles no lugar onde era de sua mãe doía demais. E a noite de natal era o pior momento, ver aquela família celebrando tão animada fazia com que ele se sentisse como se não fizesse parte daquilo, como se estivesse sozinho. Por isso ele escapou, andou sozinho pelas ruas cobertas de neve enquanto procurava algum lugar que estivesse aberto. Como aquela era uma cidade relativamente pequena, a maioria dos estabelecimentos estava fechado para as celebrações, então ele precisou andar por mais de quinze minutos, até encontrar aquela lanchonete que se chamava "Hula Hula". Ele nunca havia entrado ali, mas como não tinha outra opção e precisava muito se aquecer, ele acabou indo.

Assim que entrou pela porta de entrada, viu que a maioria das mesas estavam vazias, havia apenas um casal sentado numa mesa do canto e um homem velho na mesa perto da porta. Ao fundo, a jukebox estava tocando a mais nova música da Whitney Houston, e por mais surpreendente que parecesse, não havia uma decoração natalina sequer naquele lugar. De certa forma, aquilo confortou o coração de Jay, então ele tirou o casaco e sentou na mesa mais afastada da porta, no canto da parede.

Foi então que ele viu que havia um garoto escorado do lado de dentro do balcão, ele estava entretido com alguma coisa, por isso não o ouviu entrar. Jay pensou se devia ir até lá, foi quando viu que havia um botão em sua mesa. Assim que o pressionou, um sinal se acendeu em vermelho e o garoto ergueu o rosto, surpreso.

E então eles se viram.

E por um minuto, Jay se esqueceu de como se respirava.

Ele era lindo, bonito demais para alguém que estava detrás do balcão de uma lanchonete numa cidade pequena. Seus olhos eram delineados, o cabelo escuro parecia sedoso e macio, esvoaçando enquanto ele patinava até sua mesa. Ele ainda era alto, tinha pernas longas que se moviam graciosamente, quase como se ele estivesse em uma pista de patinação de verdade. Assim que se aproximou, ele sorriu com seus lábios avermelhados.

- Boa noite, como podemos servi-lo?

Jay espiou o olhar para o crachá dele, onde se lia "Park Sunghoon".

- Ah... – Jay respondeu envergonhado – Posso... ver o cardápio?

- É claro – o garçom o pegou da mesa ao lado e entregou nas mãos dele – Se puder fazer uma recomendação, sugiro nosso hambúrguer com queijo duplo, ele é o mais pedido e também te dá direito à refrigerante grátis e uma música no jukebox – ele apontou para a máquina do outro lado da lanchonete.

Flocos de neve, encontros e jingle bellsOnde histórias criam vida. Descubra agora