ENCONTRO DE NATAL - JAY + SUNOO

345 42 41
                                    

Jay tinha conseguido um emprego como papai noel de shopping naquele ano. Ele estava meio quebrado, tinha trabalhado em toda e qualquer coisa, então nem estava surpreso por estar vestindo uma fantasia vermelha com uma barba branca presa em seu rosto.

O trabalho de papai noel de shopping era fácil até, ele só precisava segurar bebês e crianças e tirar algumas fotos, falar que iria trazer os presentes que eles queriam e fim. Claro que algumas daquelas crianças eram chatas o suficiente para querer puxar sua barba falsa, gritar e lhe dar alguns tapas. Mas no geral, era um trabalho fácil.

E ele podia ficar sentado o dia todo, o que era um bônus.

Depois de quase um mês inteiro daquilo, quando chegou seu último dia de trabalho, no dia 25 de dezembro, ele só estava contando com o dinheiro que receberia, uma parte iria para o aluguel de seu minúsculo apartamento e outra parte iria para um novo jogo de videogame. Por isso, naquela tarde, ele estava mais sorridente do que nos outros dias, quase cantarolando as músicas de natal que tinha ouvido em repetição pelas últimas semanas.

No entanto, mal sabia ele que aquele seria o dia de sua maior dor de cabeça.

Era por volta das duas da tarde, ele tinha acabado de tirar foto com dois bebês quando um garoto parou diante de sua cadeira e começar a gritar em alto e bom som que aquele papai noel era uma farsa. As crianças que estavam ao redor o encararam um tanto confusas e as ajudantes do papai noel tiveram que levá-lo educadamente para longe, mas seus gritos ainda podiam ser ouvidos.

- Ei, o que está acontecendo? – Jay perguntou quando uma das mulheres retornou.

- Ele apenas fala que você é uma farsa, mas não está dizendo o motivo – a mulher deu de ombros.

Como a situação estava um pouco embaraçosa e aquele garoto continuava gritando de longe, ele pediu licença e foi verificar ele mesmo o que estava acontecendo.

- Ei garoto, por que você está gritando? – perguntou.

- Você é uma farsa.

Aquele em frente a ele estava com uma expressão ameaçadora, mas mesmo assim parecia fofo. Suas bochechas eram redondas e seus cabelos estavam pintados de rosa, então ele não colocava medo nem em um bebê.

- Por que exatamente eu sou uma farsa?

- Hoje é dia 25 – ele respondeu – E você não me deu o meu presente.

- Presente?

- Eu escrevi na carta e coloquei ali – o garoto apontou para o local onde as crianças depositavam suas cartinhas ao papai noel – Por que você não atendeu ao meu pedido? Acho que você é uma farsa completa.

Jay achou que tinha enlouquecido. Ele olhou para aquele garoto de cima abaixo, mas por mais que ele tivesse cara de bebê, estava bem longe da idade de acreditar em papai noel.

- Ei, quantos anos você tem? – perguntou.

- Dezoito – o outro deu de ombros.

- Dezoito anos e ainda acredita em papai noel? – Jay estava pasmo – Isso é alguma pegadinha? Não tem graça, você está assustando as crianças.

- O que você quer dizer? É claro que eu acredito em papai noel – o garoto cruzou os braços – Se você não atender ao meu pedido, vou continuar gritando que você é uma farsa – ele falou e voltou a berrar.

Jay achou que iria enlouquecer. Se aquele não fosse seu último dia de trabalho, ele iria desistir ali mesmo.

- Pode parar? – tampou a boca do garoto – Está certo, o que você pediu?

Flocos de neve, encontros e jingle bellsOnde histórias criam vida. Descubra agora