O pôr do sol está gloriosamente em tons alaranjados e avermelhados. Aquecendo as minhas expectativas em relação a nossa estadia na praia.
Yuta encontrava-se em frente de sua casa sentado sobre uma grande mala preta de rodinhas. Uma bem maior que a minha, e me pergunto o que tanto ele está levando. A maioria dos homens levam sempre o básico quando vão viajar. A resposta veio no mesmo instante como um *clic*. Ele é um hacker, gamer e deve está levando as suas "ferramentas" pra lá.
Quando o táxi deixou um rastro de fumaça, Yuta desceu os degraus frente a sua casa em segundos e diminuiu o ritmo dos passos quando caminhou até mim.
Os adornos pendurados em seu pescoço contrastavam contra a luz do sol e faziam um brilho intenso e forte surgir. A sua sobrancelha arqueada dava ênfase ao piercing que tinha ali, que por acaso havia esquecido. Esquecido de como ficava bem nele. Um sorriso confiante desenhava sobre os seus lábios cor cereja.
A sua voz me fez parar de observar os detalhes sobre ele, fazia um tempo que nós não nos víamos e a minha mente queria recordá-lo. Incrivelmente ele parecia mais bonito ou é apenas impressão minha…
— Você demorou, hein.
A sua beleza pode ter aumentado mas a sua personalidade difícil continua a mesma. Já estou vendo o tanto de vezes que iremos discutir por bobagens e no fim do dia estaremos unidos novamente. É assim que a gente é.
— A gente marcou pro fim da tarde. E já é fim de tarde.
Vejo o meu relógio conferindo que são exatamente 4:12PM da tarde. Não marcamos uma hora exata, porém fim de tarde para mim é esse horário ou às 5:00PM, mas aí seria muito tarde para viajarmos e daqui para a cidade vizinha onde se encontra a casa, demora em torno de duas horas. Eu pesquisei no mapa do Google antes de decidir a hora que iria sair.
— Fim de tarde, e não início da noite. Devia ter chegado antes das 16:00 horas. — Resmungava o cara que me deixou escolher o horário e agora está reclamando, enquanto levava a minha mala para o porta-malas do Audi Rs7.
— Eu estava livre pra decidir o horário, esqueceu, resmungão?
Espero ele retornar de buscar a sua mala, de braços cruzados ao lado da porta do carona.
— É, erro meu. Entra aí.
Ele destravou o carro e eu me acomodei no banco do carona de cara feia até ele melhorar esse humor. Foi ele quem me convidou e agora está nos piores dias para se conviver com alguém.
Quando ele entrou eu virei o rosto dando uma conferida nas casas de seu condomínio. Uma mais linda que a outra. O bairro é calmo, nem parece que tem moradores aqui, se não fosse pela idosa que está passeando amorosamente com seu poodle.
— Foi mal… eu não deveria ter tratado você daquela maneira. É só que a viagem quase não ia rolar. — Ele colocou a chave na ignição e o carro deu sinal de vida.
— Por que? O que aconteceu? — perguntei um tanto aflita.
— Os meus pais queriam mudar a minha rota de viagem. Queriam que eu fosse visitar o meu tio.
As rodas do carro deslizaram suavemente sobre o asfalto e logo tomaram uma velocidade constante, levando-nos para a saída do condomínio.
— E por que você não foi?
Uma viagem comigo é mais importante que visitar o próprio tio? Não, algo mais tem nessa história. Espero que ele não encerre o assunto com "isso é assunto seu". A sua mania de começar a me contar algo e nunca terminar me dá nos nervos.
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Apaixonados Pelo Acaso
FanfictionA dúvida de que seu namorado, Hayato, estava traindo-a corroía dia após dia. Sem ter certeza do que fazer para conseguir provas e arruinar o relacionamento de vez ou recuperá-lo caso estivesse apenas paranóica, S/N decidiu pedir ajuda a um hacker de...