Capítulo Vinte e Nove

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A situação era desconcertante para ambos os lados, a maneira que busquei para sentir menos vergonha, foi agarrando a parte de trás da camisa de Yuta e escondendo meu rosto próximo da sua nuca. É infantil demais dizer que quero a minha mãe? 

— Pior que acredito, mesmo que ele nunca tenha nos apresentado uma antes. 

Os pais riram um pouco, mas não zoando ele era mais como se estivessem orgulhosos de vê-lo assumir algum relacionamento. Como ele não poderia ter tido outras namoradas com toda a experiência que demonstra ter? 

— Valeu... valeu, podem se mandar agora?

Apesar de se manter curioso, o senhor estendeu as mãos em forma de "tudo bem, não está mais aqui quem falou" saindo da lavanderia acompanhado de sua esposa. Nós temos que dar um jeito de que eu saia daqui sem que eles me vejam usando apenas uma camisa de Yuta. 

— É… bora lá pro meu quarto esperar a sua saia enxugar? — Ele fez carinho em minha cintura um pouco envergonhado. 

— Tem como fazer eles não me verem de novo assim? Eu tô com uma leve vontade de. — Faço sinal com o polegar da direita para esquerda no meu pescoço.

Yuta riu oferecendo uma leveza ao ambiente, abraçando meu corpo. 

— Preciso nem dizer que não quero que meu pai te veja assim, né? Fica atrás de mim que eu dou um jeito — ele me deu um selinho me fazendo quase se transformar em uma poça funda no chão de tão bonito que está.

Acariciando o seu peitoral eu tirei proveito da situação. Temos que extrair coisas boas das coisas ruins, não é? Ficamos dessa forma até passarmos pelo corredor do seu quarto e eu deitar em sua cama pensando em como eu vou sair daqui antes dos meus pais chegarem em casa.

— Vem aqui e me conta que história é essa dos seus pais, de que você nunca teve uma namorada. — Bati no espaço vazio da cama dele intrigada com o que ouvi.

— Não é que eu nunca tive uma namorada… é que você é a primeira que eu apresentei pra eles. 

— Aí, Yuta, você é pesado, sabia? — Reclamo sentindo o peso dele nas minhas costas. 

— Me deixa ficar assim com você, tem ideia do tempo que passamos sem nos falar?

Se eu fosse um pouco ingênua não iria desconfiar que ele está querendo mais de nós dois. 

— Não vai rolar. — Dou um jeito de me virar e ficar de frente para ele. Com o movimento, a camisa que estou usando subiu e como se fosse premeditado nós estávamos quase literalmente "encaixados". 

— O quê que não vai rolar, safada? É você que tá nua debaixo de mim. 

Revirando os olhos com vontade de rir e me privando desse direito, eu empurrei seus braços que estão ao lado da minha cabeça, porém ele não se distancia, muito pelo contrário o seu rosto cada vez mais se aproxima do meu. 

— Eu nunca me senti assim por ninguém, S/n… eu vou fazer de tudo pra que isso dure, nem que a gente acabe indo pra universidades diferentes. 

Nossos olhos estavam conectados, meu peito se enchia de felicidade e de… não sei explicar com exatidão o sentimento que é quando se ama alguém implacavelmente. É algo que te consome e te alimenta ao mesmo ritmo e ser correspondida na mesma intensidade é algo ainda melhor, pois você dá e recebe na mesma quantidade, nem mais nem menos. Eu amo me sentir assim, eu amo amar ele. Acima de tudo, eu amo Yuta. 

— Eu também nunca me senti desse jeito e vou me esforçar tanto quanto você pra que tenhamos o melhor dos desenvolvimentos e o melhor final. Se não existe um feliz pra sempre, eu quero criar isso com você. 

Apaixonados Pelo AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora