Capítulo Dezoito

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Yuta era o único banhista nessa parte da praia. Silhuetas de pessoas podem ser vistas ao longe, lá do outro e eu me sinto mais confortável de ter apenas nós dois aqui. Sem crianças gritando, sem falatório, ou seja paz durante o verão.

Gotas de água molham a minha perna e eu abaixo um pouco meus óculos para ver qual o motivo. Não pode ser chuva, se fosse me molharia inteira e não apenas a minha perna.

As roupas grudadas no corpo de Yuta pingavam água salgada e era essa a causa que eu estava procurando. Jogando o cabelo para trás constantemente, ele me encarou com uma expressão presunçosa. 

Passei a mão onde ele havia me molhado, meu corpo estava quente por conta do sol, a água nesse momento passa a ser um incômodo.

— Você tá me molhando. — Aviso ainda me enxugando.

— Você vai ficar aí cozinhando ao invés de entrar no mar? — pergunta-me em tom zombador dando mais um passo à frente.

 
Eu me endireito, sentando-me para não estreitar os olhos demais tentando olhar para ele, contrastando com o sol que faziam gotículas em seu rosto cintilar.

— Daqui a pouco eu vou.

Quando eu entrar na água já era, eu vou querer ir pra casa para tomar banho e me livrar do sal. A minha pele sempre fica coçando quando eu misturo água salgada, areia e sol por muito tempo. 

— Você colocou protetor solar?

— Sim, mas faz um tempinho… — Joguei a cabeça um pouco para trás, apoiada em minhas mãos atrás de mim.

— Sabe que tem ficar repondo não é? Se não, não serve de nada… e o seus ombros já estão ficando vermelhos — seu tom se tornou mais insistente e preocupado.

Creio também que já deve estar na hora de repor. Eu estou sentindo minhas bochechas quentes também.

Quando abri a tampinha para despejar uma quantidade generosa em minha palma, ele me interrompeu dizendo: — você não acha melhor eu passar em você?

Ele fazer isso em meu lugar é mais fácil pois não tenho como saber a área exata que está vermelha e ele também pode ser generoso e aplicar nas minhas costas. Eu não consigo alcançar essa parte.

— Claro.

Concordei rapidamente e fiquei de joelhos sobre o lençol azul com branco, esperando ele se colocar atrás de mim, com o protetor em mãos. 

A presença dele próximo de minhas costas é tão forte que eu me apoiei na ponta dos meus dedos sobre o chão, para me manter de joelhos. 

Yuta pegou o frasco de minhas mãos e eu ouvi a onomatopeia do creme sendo despejado em sua palma "splash". E em sequência ele deslizou muito devagar os dedos gelados em meus ombros, depois de mover um pouquinho para baixo as mangas bufantes da parte de cima do meu biquíni. 

— Segura o cabelo — ordenou-me e eu obedeci, juntando todo o meu cabelo com ajuda da minha mão e irei ficar assim até ele terminar.

O seu corpo moveu-se milímetros e eu me arrepiei inteira com o contato da sua blusa térmica molhada na minha coluna. E arrepiei ainda mais quando com as duas mãos massageou as minhas costas, finalizando seus toques ali.

— Você quer que eu aplique em seu rosto? — ofereci minha retribuição antes de me virar e olhar para ele.

— Eu posso fazer sozinho, mas já que você tá pedindo.

Um sorriso largo e arrogante se abriu no rosto de Yuta no mesmo instante que eu fiquei de frente para ele, ambos ainda ajoelhados.

— Eu sei que você quer.

Apaixonados Pelo AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora