Papai Helion

Capítulo 6

▪︎● Eu te entendo Lucien...

No final daquela mesma tarde Helion e Lucien se encontravam deitados na grama olhando para o céu que estava pintado de laranja e amarelo.

- Então... o que você e a Lirie fizeram?- Helion pergunta juntando as sobrancelhas enquanto ouvia a respiração do filho ficar pesada, ele pensava em uma mentira.

- Não fizemos nada, ficamos em silêncio naquela sala.- Uma risada rouca saiu da garganta do grão-senhor.

- Lucien, não minta para o seu pai, sabemos que não foi só isso que fizeram.- As bochechas do mais novo coraram ficando da cor de seus cabelos.

- Pai, só fizemos isso.- Era mentira e ambos sabiam disso, Lucien principalmente.

Claro que o Herdeiro já havia beijado antes e também não era mais virgem, como muitas pessoas dizem ele era igual ao pai.
Lucien assim como Helion adorava mais de uma pessoa com ele na cama, sempre flertava com as pessoas em uma festa o que normalmente acabava com o ruivo passando a noite acordado com alguém de algum círculo íntimo qualquer.

- Sabe... eu entendo você... acha que eu não vi seus olhares para a Lirie? Isso acontece a mais tempo do que posso contar em meus dedos Lucien... você cobiça a mulher de outro homem.- O Tom da voz de Helion era absurdamente calmo, o que deixava o seu filho ainda mais nervoso.

- Entende?- Lucien virou sua cabeça para olhar para o pai, que sorrio levemente.

- Sua mãe era casada quando eu conheci ela.- Ao olhar para Lucien, Helion soube que teria que explicar mais do que isso já que quase nunca tocava no assunto com ele. - Sua mãe era linda Lucien, eu poderia comparar ela com uma das milhares de deusas das tapeçarias espalhadas pelos corredores deste Palácio.

- Mesmo?- Os olhos da Raposa brilharam, os olhos castanhos belíssimos.

- Sim, Ela era meu tudo no pouco tempo que ficamos juntos, ela dançava lindamente, tinha um sorriso espetacular, Lucien... Sua mãe... ela era minha melhor amiga e aos poucos nós tornamos mais que isso, nos apaixonamos, mas ela era casada e era uma loucura me envolver com ela, poderia causar uma guerra... mas por ela, eu seria capaz de lutar quantas guerras fossem necessárias.- Lucien sabia que o pai falava a verdade, o Sorriso no rosto do moreno era sincero, o olhar parecia viajar pelas lembranças.

- Se amava ela, porque deixou ela ir?- E com essa simples pergunta o olhar do Grão-senhor se tornou sombrio.

Helion se lembrou da carta que lia todas as noites, as palavras de Aramina que quebraram seu coração, o deixaram sem chão e muito mais... tudo que ela fazia pelos filhos mas não fez por Lucien...

- Ela mandou eu ficar aqui, para não ir atrás dela e cuidar do fruto do nosso amor proibido.- Helion beija a testa do ruivo.- No primeiro dia que te vi Lucien, eu prometi para mim mesmo que seria seu melhor amigo e também que seria sincero com você sempre que eu pudesse.

- Eu te amo pai, você é o melhor pai que alguém poderia ter, obrigado por me ensinar tudo que eu sei.- Foi nesse momento em que em muito tempo Lucien viu seu pai brilhar de felicidade.

A pele de Helion se iluminou como o próprio Sol, os olhos do grão-senhor mudaram de cor para um dourado chamativo, Lucien não se lembrava da última vez em que tinha visto o pai assim, provavelmente foi quando ele era pequeno, uma criança...

Lucien também não sabia o quanto as palavras dele deixavam o pai emocionado, bem... agora sabia mas ainda sim não conseguia acreditar.

- Você é o melhor filho que alguém como eu poderia ter Lucien, eu amo ser seu pai e sempre vou amar.- O ruivo sorriu, um sorriso verdadeiro, ele se aproximou mais do seu pai e deitou sua cabeça no peito do mais velho enquanto ambos olhavam para o céu.

Por um momento Lucien voltou a ser uma criança nos braços do pai, depois de ele ter um pesadelo, a única coisa que não mudava em toda essa situação era o cheiro, o Cheiro de Helion era sempre o mesmo, sempre lembrava ao Lucien que seu pai estaria sempre ali para ele, a qualquer momento como Helion lembrava ele quando era pequeno.

Uma lembrança vem na cabeça de Lucien.

Helion mas uma vez corria atrás dele pelo Jardim, era um dos dias onde o pequeno ruivo não tinha aula ou deveres.

Mas de repente o ruivo tropeça em alguma coisa... Acreditava que era uma pedra e como qualquer criança faria após cair e ralar o joelho, ele começou a chorar, Helion correu até o filho, na maior velocidade que tinha, depois de chegar até o filho o Grão-senhor se ajoelhou na frente do mesmo.

- Lucien, meu bem o que houve?- Helion pergunta analisando o joelho que já começava a cicatrizar.

- Eu cai papai, está doendo...- o menininho diz entre soluços manhosos.

Os olhinhos do ruivo estavam brilhando com as lágrimas e ele fazia um biquinho fofo de choro, coisas essas que fizeram Helion pegar o filho em seu colo e aninha-lo com cuidado, Lucien se aconchegou ao pai, aspirando o cheiro com todo o cuidado, guardando ele com carinho na memória o homem que o amava e protegia em todos os momentos ruins estava ali, cuidando dele mais uma vez.

Lucien por fim acabou adormecendo tranquilamente no colo do seu pai.

Helion minutos depois percebeu que o filho dormia, com cuidado pegou o ruivo no colo como se ele ainda fosse uma criança que sempre adormecia.
Por fim começou a andar até o quarto de Lucien, quando via algum criado pelo caminho cumprimentava ele gentilmente continuando seu caminho.

Quando chegou em frente a porta de Lucien que era de uma madeira escura com alguns detalhes entalhados, detalhes esses que lembravam chamas ou raios de Sol, Helion mesmo projetou essa porta, ele as vezes a admirava.
Era uma tradição o Grão-senhor desenhar a porta que ficaria no quarto de seu Herdeiro.

Helion entrou no quarto que mais escuro que o seu, com toda a calma que tinha pôs o Herdeiro na cama, tirando o sapato que o menino usava e cobrindo o mesmo.
Helion o observou alguns minutos antes de sair.

{AVISO DA AUTORA}

Gente... Oii, boa noite, como estão? Então... tenho uma pergunta, vocês estão gostando? Qual a frequência que vocês preferem as postagens? Acredito que não conseguirei uma por dia, mas vocês podem me dar ideias!