Family

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-- 10 anos atrás --

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-- 10 anos atrás --

Desespero e medo. Era só isso que eu sentia. Desespero e medo. Nada de sentimentos felizes como alegria e conforto. Nada disso. Sabe? Isso é muito irônico. Levando em consideração o significado da família.

Na minha antiga escola o professor gostava muito de falar sobre o assunto, aparentemente, ele era um homem de família. Tinha uma esposa carinhosa e duas filhas lindas. Uma de dez anos, e outra de cinco. Ele dizia que, a família era a coisa mais importante. Eles que estariam conosco pelo resto de nossas vidas. Eles que nos ajudariam, e nos acolheriam nos dias ruins. Eles seriam os que mais nos apoiariam em nossa jornada, em nossas escolhas. Meu professor dizia que, família é sinônimo de amor.

Que patético. Mentiroso desgraçado.

Há conflitos em uma família. Não é amor. Não existe isso de carinho e sempre apoiar quando precisarmos, ou acolher quando estivermos tristes e até mesmo abraços e beijos de boa noite.É totalmente o contrário. Não tem amor na família, só desespero, brigas e mais brigas.

Ao menos no meu caso.

Minha mãe sempre estava bêbada quando chegava da escola. Eu sempre tinha que fazer as tarefas e silêncio. Se eu não a irritasse, tudo estaria bem. Se eu não a irritasse, minha mãe continuaria bebendo no sofá mofado, como sempre. Era só não mexer com ela.

Entretanto, eu era desastrada. Um prato caiu no chão. Tinha deslizado da minha mão. Meu coração já estava quase saíndo do peito. O som dos passos dela invadiam meus ouvidos.

Minha mãe estava irritada, eu havia irritado ela. Eu era uma criança tola, inútil. Não sabia lavar uma simples louça, por mais que ninguém tivesse me ensinado. Eu deveria saber como fazer as coisas.

Uma lata de cerveja acertou meu ombro. Uma lata cheia e lacrada.

Permaneci em silêncio. Não podia chorar.

Levantei com a mão direita no ombro dolorido. O certo era levantar. Não era a primeira vez que isso acontecia. Já tinha todas as ações decoradas. Aconteceu muitas outras vezes. Vezes suficiente para que eu pudesse descobrir o que tinha que fazer em seguida, e o que não tinha. Na base do erro e do acerto, eu sabia que se continuasse abaixada, de costas, as coisas seriam piores.

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