€-- Sentia uma dor enorme nas costas. É claro. Minha mãe era pesada e eu tinha dez anos.
€-- Não preciso de ajuda. Não somos iguais!
€-- Mas isso não duraria muito mais tempo. Logo ela se libertaria de mim. Logo logo, sua vida voltaria a ser como...
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Batia as pontas dos dedos no braço da cadeira freneticamente. Meu coração acelerava, cada vez mais, a cada minuto.
Meu chefe estava do outro lado da mesa. Olhando nos meus olhos.
E eu não desviaria.
Assim que cheguei para trabalhar, fui chamada a sua sala. Meu chefe me olhava de uma forma diferente.
Estava com pena.
E saber disso me deixava ansiosa. Ansiosa demais.
- Então - comecei. - O que queria me falar?
Eles respondeu depois de um tempo. Duas palavras sairam de sua boca. Palavras amargas, secas. Palavras que seriam o motivo da minha crise de ansiedade quando chegasse em casa.
- Está demitida.
Engasguei na minha própria saliva, tossindo.O desespero começou a fazer parte de cada parte do meu corpo.
- Por que? - Perguntei incrédula - E-Eu não fiz nada de errado senhor, sempre me esforço e --
- Precisamos de pessoas qualificadas - ele me cortou, falando de maneira calma. - Você só foi aceita porque não tínhamos funcionários o suficiente para manter o negócio.
- É, eu me lembro.Você me falou isso no dia que me contratou. Mas o que mudou agora? - Perguntei.
- Profissionais da área querem trabalhar aqui. Preciso fazer substituições para aceita-los, sinto muito.
- Senhor, eu preciso desse emprego - supliquei. - Por favor.
- Sei de suas condições Lizie - argumentou. - Mas terá que se virar, não vou repetir o que falei antes - fez uma pausa. - Você está demitida.
- Pensei que não fosse repetir - murmurei.
- O que disse? - Perguntou irritado.
- Muito obrigado mesmo assim - mudei de assunto. - Por me deixar trabalhar aqui por todo esse tempo. Foi de grande ajuda.
Dei um sorriso forçado, levantando da cadeira. Juntei minhas coisas e fui até a saída.
Pude ouvir meu ex chefe dizendo para devolver o uniforme. Ignorei, indo embora em passos largos.