I'm in Control

535 66 74
                                    

- 10 anos atrás - 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- 10 anos atrás - 

Eu tinha esquecido a chave de casa. Meu pai provavelmente iria me dar muito mais que uma bronca. Era o que eu achava que iria acontecer. Afinal, era isso que ele fazia. 

Estava andando para a minha casa sem olhar para trás, nem para os lados. 

- Aquele ali não é o filho do Lorenzo? 

Parei meus passos quando ouvi a frase. Dentro do bar da rua, um homem barbudo estava sentado na bancada, olhando para mim.

- É ele sim - o bartender respondeu sem parar de fazer o que estava fazendo. - Passa aqui todos os dias voltando da escola.

- Aí garoto - o outro chamou. - Fala pro Lorenzo que eu vou quebrar a cara dele por ter comido minha mulher - bateu a mão na mesa. - Aquele filho da puta!

- Se começar com essas crises de bêbado eu vou te chutar para fora, senhor - disse o bartender com um sorriso passivo.

O senhor barbudo pediu desculpa e levou a cerveja na boca.

- Senhor barbudo, se serve de consolo meu pai disse que a Suzana foi uma mulher de tirar o fôlego.

Ele cospiu toda a cerveja no bartender. Que por sua vez lhe acertou na cabeça com o pano que estava usando para limpar a bancada.

- Seu homem das cavernas! 

- O que você disse garoto?!

Ignorei e voltei a andar para casa. Estava bem próximo. Quando cheguei, já tinha preparado todas as desculpas do porque eu tinha esquecido a chave. Mas a porta estava aberta, escancarada.

Entrei e me deparei com uma menina encolhida, e sua cabeça baixa no canto do nosso pequeno jardim. Andei até ela e abaixei para ficar da sua altura.

- Você invadiu a minha casa?

A menina ergueu os olhos assustados. Percebi que se derramava em lágrimas, e o nariz estava vermelho por causa do frio. Seus olhos castanhos e cabelos bagunçados presos em um coque feio me lembravam alguém.

- Eu só estou esperando a minha mãe - sussurrou. - Não quero atrapalhar.

- Ta bom - dei de ombros.

Os olhos da minha mãe e do meu pai me fuzilaram quando entrei. Minha mãe sempre aparecia aqui para brigar. Estremeci quando meu pai me olhou cínico.

We Are DiferentsOnde histórias criam vida. Descubra agora