Capítulo quinze.

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Baekhyun riu, apagando a luz e se aproximando rapidamente da cama para poder se embrenhar nos diversos cobertores quentinhos e se agarrar a Chanyeol, para dormirem bem grudadinhos. E claro, com Pandora, a intrusa, no meio das pernas deles.

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Janeiro passou num piscar de olhos. Os dias no trabalho de Baekhyun eram cada vez mais corridos, o que impedia que Chanyeol e ele se encontrassem com frequência, já que o maior também trabalhava, entretanto, quando a saudade era muita, o mais novo aparecia do nada em sua empresa durante o horário de almoço para lhe tirar daquela correria maluca, ou simplesmente ia à noite em sua casa, mesmo que fosse apenas para ficar olhando para a cara de Baekhyun enfiada em seus óculos enquanto este lia algum relatório da revista.

Vez ou outra ele se irritava, entendia que Baekhyun agora possuía um cargo importante e que lhe deixava bastante ocupado, mas achava errado ele ter que trazer trabalho para casa e até mesmo para os finais de semana! Isso acabava gerando discussões entre os dois, porém, no final, Baekhyun sempre se rendia, pois sabia que o outro estava certo, era estressante demais passar todo o tempo em que não estava dormindo, trabalhando.

Por isso, ele deixava – e gostava – que o maior lhe roubasse da revista em seus horários de descanso, e deixava também que ele lhe ''vigiasse'' em casa, para que não trabalhasse demais. Havia até mesmo dado uma chave de seu apartamento ao maior, depois de muita insistência deste, com a desculpa de que ele tinha que aparecer em sua casa do nada, sem avisar, para poder pegá-lo no flagra.

Baekhyun não admitiria em voz alta, mas gostava quando ele aparecia no meio da noite em sua casa, deitando ao seu lado na cama e lhe abraçando apertado, com a desculpa de que não havia conseguido dormir, e por isso resolvera ir até lá para perturbá-lo.

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Fevereiro chegou e com ele a notícia de que Baekhyun teria mais uma viagem à trabalho, dessa vez, ele acompanharia Zitao à Paris e ficariam por lá durante duas semanas para um desfile importante e alguns outros compromissos que seu chefe teria.

É claro que ele não foi louco de recusar, com certeza ganharia muita experiência, como da última vez, e o principal; uma viagem de graça à Paris, seu maior sonho!

Chanyeol ficou um pouco emburrado ao saber que ele ficaria duas semanas longe, e lamentou bastante por não estar mais trabalhando como motorista dele, já que provavelmente iria junto, caso ainda estivesse lá.

Mas no fim, depois que seu bico fora mordido pelo mais velho, a única coisa que lhe restou foi incentivar o Byun a não perder a oportunidade... e, claro, importuná-lo para que ele lhe trouxesse um perfume caro como presente e que, caso se encontrasse com Louane, a cantora, deveria pedir um autógrafo.

Durante a viagem, Baekhyun e Chanyeol mantiveram contato através de mensagens, com o mais velho sempre tirando fotos dos locais onde ia e das comidas deliciosas que experimentava e mostrando ao outro, deixando-o com inveja. Quando tinha tempo e quando via que era um horário bom para Chanyeol, o mais baixo ligava para ele para que pudessem conversar.

Na primeira semana, Baekhyun ficara realmente bastante atarefado com o desfile, não precisava mais ser o assistente de Tao, já que agora ele já havia contratado um, porém, ainda sim possuía muito trabalho para fazer, como prestar atenção em tudo o que o chinês falava e anotar as partes principais, fazer entrevistas para a revista – o que lhe deixou um pouco nervoso, já que teria que entrevistar diversos modelos bastante famosos.

Já na segunda semana, ele ficou um pouco mais folgado, até conseguiu um tempinho livre para visitar a Torre Eiffel e fazer mais um pouquinho de inveja no grandão que dizia estar ''de castigo'' na Coréia enquanto o menor aproveitava a vida boa na França.

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Baekhyun andava calmamente pela rua com um copo de café em mãos, havia acabado de sair de uma cafeteria e agora ele andava sem destino, já havia acabado seu trabalho por aquele dia e por ainda ser cedo, decidiu passear um pouco pela cidade.

Seus olhos capturavam tudo ao redor, ao fundo ele podia ver a torre que era o cartão postal da cidade enfeitar ainda mais o cenário, um sorrisinho satisfeito aparecia vez ou outra em seus lábios finos e ele logo pegava o celular para tirar mais algumas fotos.

Em certo momento, entretanto, ele foi tirado de seus devaneios ao ouvir o toque de seu celular, indicando que ele possuía um lembrete.

''18 de fevereiro – 17 horas

Dia que sai o resultado da audição de Chanyeol''

Uma expressão surpresa apareceu no rosto do coreano antes de um sorriso ansioso, era verdade! Aquele era o dia em que saia o resultado do teste de Chanyeol.

Rapidamente abriu o aplicativo de conversas, ansioso para saber se ele havia passado. Ainda não havia conversado com o maior naquele dia, pois estava bastante ocupado desde cedo.

''Chan? É hoje que sai o resultado, certo? Me liga!!!!''

Ele mandou a mensagem e voltou a andar, verificando ansioso seu telefone a cada vez que ele vibrava.

Entretanto, horas se passaram e nenhuma resposta chegou. Baekhyun agora se encontrava em seu quarto no hotel, deitado na cama e com o celular em mãos, olhando confuso para o aparelho, sua mensagem havia chegado ao celular do maior!

"Chan?"

Decidiu mandar mais uma e, segundos depois os dois tracinhos apareceram, indicando que a mensagem havia sido recebida pelo celular de Chanyeol.

Será que ele estava ocupado com o trabalho? Será que estava dormindo? Ou havia esquecido o celular em casa?

Era estranho, pois já haviam se passado horas desde a primeira mensagem e o Park não costumava ficar muito tempo longe do telefone, até porque ele o usava para trabalhar.

Soltando um suspiro longo, Baekhyun apertou no botão para chamar e levou o telefone ao ouvido.

E, assim como suas mensagens não deram em nada, sua ligação também não. Chamou, chamou, chamou, até cair na caixa postal. Ele até tentou ligar mais algumas vezes, mas assim como da primeira vez, não foi atendido.

A única opção que sobrou para o coreano foi tentar ir dormir, infelizmente ele não tinha o número dos pais de Chanyeol ou dos amigos para que pudesse tentar contatá-los, então o que lhe restou foi ir descansar, já que no dia seguinte ainda teria bastante trabalho para fazer.

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Baekhyun estava preocupado, era oficial. Já fazia mais de 24 horas que não conseguia falar com o Park, havia perdido a conta de quantas mensagens tinha mandado, de quantas ligações havia feito.

Chanyeol não dava um sinal de vida, não respondia nenhuma das mensagens e nem mesmo ao e-mail - Sim, o Byun chegou ao ponto de mandar um e-mail! - que enviou.

O Byun não sabia mais o que fazer, havia passado o dia completamente distraído, não conseguiu prestar atenção em nada que era dito a si e tudo o que fizera durante o dia fora no modo automático.

Estava tão focado pensando em onde diabos o Park havia se metido, que se alguém perguntasse o que havia feito durante o dia, ele sequer se lembraria de como havia chegado em seu quarto no hotel.

Baekhyun já havia perdido a conta de quantas vezes havia ligado para o maior, e infelizmente aquilo era a única coisa que podia fazer, visto que a viagem ainda duraria mais dois dias.

O coreano suspirou pela milésima vez antes de se jogar na cama de seu quarto, havia acabado de tomar um banho e como estava sem fome, ele decidiu apenas ir dormir, mas claro, não sem antes tentar telefonar para Chanyeol uma última vez.

E, para sua completa surpresa, daquela vez finalmente foi atendido.

Entretanto, não era Chanyeol do outro lado da linha, e sim uma mulher.

O taxistaOnde histórias criam vida. Descubra agora