Capítulo 33

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Londres, Inglaterra (2008).


Harry estava em silêncio olhando para o copo com vinho tinto que estava quase terminado em sua mão. Ele ouviu as vozes de Niall e Shawn que estavam conversando animadamente.

Sentia que faltava o calor de Louis ao seu lado, pois fazia mais de dez minutos ele havia dito que precisava ir ao banheiro e antes de sair pediu desculpas enquanto sorria por ter de sair da mesa no meio do jantar, um sorriso muito forçado se alguém perguntasse à Harry.

Harry estava preocupado sim, e sentiu algo como se estivesse triste por Louis. Mas era uma pena que vinha de seu coração, uma pena que não era nenhum tipo de pena do amigo ou coisa parecida. Era algo maior, ia além da piedade, era ele que sentia no peito a angústia do próprio Louis, o incômodo na garganta e quase o ardor nos olhos por lágrimas que não eram dele. Harry sabia que eles tinham um tipo especial de ligação, ou seja, eles basicamente cresceram um ao lado do outro, ele entendia que era muito apegado a Louis, de todas as maneiras possíveis. Como amigo, como parceiro, com amor, com apreço, de muitas maneiras. Sentir que Louis estava mal o estava jogando em um vazio que ele não tinha certeza se conseguiria superar.

Qual seria o fim? Louis podia decidir muitas, muitas coisas, havia muitas opções de escolha para acabar com o sofrimento em seus olhos. E Harry estava com medo de começar a pensar mal, porque ele não suportaria que algo ruim acontecesse com Louis. Ou seja, ele podia ver como cada passo que Louis dava era lento e calculado, como ele permanecia em silêncio por minutos com seu olhar em algum ponto que não importa o quanto Harry tentasse descobrir que ele não conseguiria, ele também não gostou de ver os olhos azuis marejados para que mais tarde ele negasse gentilmente sobre ter chorado enquanto lambe seus lábios e sorri como se nada tivesse acontecido.

Ele estava sofrendo. E Harry sentia isso naquele momento. Sentia um desconforto no peito, sua mente imaginando Louis em um pequeno canto, se abraçando com o rosto coberto de lágrimas. Em sua mente, parecia algum tipo de visão, e realmente o assustou. Ele piscou e voltou à realidade percebendo que ainda estava onde estava, sentado em frente a Niall e Shawn, seu prato de jantar pela metade na mesa, rodeado por pessoas estranhas em roupas extravagantes. Acima de todo o barulho, ele jurou que ouviu Louis soluçar. E eles podiam chamá-lo de louco, mas estava muito claro em seu ouvido.

Sem esperar mais um segundo e com todos os seus sentidos ficando alertas, ele se levantou da mesa um tanto desorientado, como se por mero instinto tivesse reagido. Rapidamente os olhares de seus amigos caíram sobre ele, eles estavam sorrindo, mas olhando para ele com curiosidade.

― Eu vou ... Procurar Louis, eu, acho que ele demora muito. ― Ele gaguejou, ainda confuso com sua própria reação.

Nenhum de seus amigos conseguiu falar nada porque ele não esperou mais um segundo, começando a andar logo. Seu coração estava batendo forte, seu Alfa inquieto em seu peito e todos os seus sentidos alertas para qualquer movimento ao seu redor. Ele nem sabia onde era o banheiro e foi a placa que indicava que o ajudou a encontrá-lo. Ele empurrou a porta e entrou, olhando em todas as direções possíveis.

Ouvia-se uma melodia suave e alegre saindo dos alto-falantes, tudo silencioso e limpo graças à boa limpeza feita pelo pessoal. A porta se fechou atrás dele e Harry se permitiu dar alguns passos.

Um soluço o suficiente para o Alfa quase voar para a porta do último cubículo com angústia no rosto. Ele sabia que era Louis. Ele estava chorando de novo.

― Louis ... ― Ele murmurou, ouvindo um soluço que foi silenciado no momento em que sua voz foi ouvida. ― Tudo bem... Você está bem? ― Ele fechou os olhos sabendo que tinha que se preparar para ver Louis chorar novamente. Era algo que ele não suportava, algo que o irritava, algo ao qual ele certamente teria que se acostumar.

Secret Omega • Larry Stylinson ➵ portuguese versionOnde histórias criam vida. Descubra agora