Londres, Inglaterra (2008).
― Você pode usar o meu.
Louis olhou longamente para o alfa, ergueu uma sobrancelha e gentilmente tirou o dispositivo de suas mãos. Ele não recusaria a oportunidade de receber um pedido de ajuda porque não recebeu exatamente o que pediu, mas não iria fingir que era o suficiente. Ele havia entendido que a manipulação funcionou sobre Evan, que não lutou para evitar as pequenas caretas de Louis para conseguir o que queria. Evan parecia feliz em agradá-lo e Louis sentiu pena do alfa, mas seu bem-estar vinha antes de qualquer dor.
― Achei que tivesse pedido meu telefone, não o seu. ― Ele mencionou com indiferença, cruzando os braços, agarrando-se firmemente ao dispositivo em sua mão pequena.
Evan fez uma careta.
― Ômega ... ― Ele tentou dizer.
Louis negou se levantou da cama e deu alguns passos curtos em direção à janela que lhe permitia ver o jardim dos fundos da casa. Ele estava tão entediado com aquela visão, quase duas semanas e não tinha conseguido ver nada diferente em nenhum momento.
― Não confia em mim. ― Ele disse baixinho.
― Isso não é v -...
― Não. Tudo bem alfa. ― Ele usou uma voz baixa, o que mexeu com algo no peito de Evan imediatamente. ― Está tudo bem que você não pense que eu quero estar aqui.
― Você disse que não queria.
Ele se virou, parecendo ofendido.
― E eu não posso mudar de ideia? Afinal, você é meu alfa, certo? Tenho que estar onde você está. ― Ele disse o que Evan queria ouvir e soube que estava certo quando as feições do alfa vacilaram um pouco. ― Talvez eu só queira ligar para meus pais para dizer a eles que estou bem, que eles não devem se preocupar comigo. Talvez eu queira usar a internet um pouco, qualquer coisa! Mas é claro, você não se importa. ― Ele estremeceu ao sentir uma pontada no final da coluna, suas pernas tremeram um pouco, mas ele olhou para o final e franziu os lábios, recusando-se a dar importância à dor.
Evan o observou alheio ao seu aborrecimento e suspirou.
― Não cabe a você ficar chateado.
Ele olhou de volta para o alfa.
― Você me tem como um prisioneiro aqui!― Ele reclamou, levantando a voz de volta.
O alfa não teve coragem de tentar aplacar o pequeno ômega. Ele sabia que era um pouco estressante ficar preso, mas não podia fazer mais nada por Louis. Louis teve que esperar lá por Evan enquanto o alfa resolvia as questões pendentes para finalmente oferecer o que o ômega merecia. Uma casa confortável.
― Eu já te dei meu telefone. Você pode usar ou não. Só funciona para o FaceTime, não tem chip. Você disse que queria falar com Zayn, seu nome de usuário está lá. Vou sair para umas coisas, estarei aqui mais tarde.
Evan percebeu o olhar irritado do ômega, se sentiu um pouco mal e saiu fechando a porta.
Louis esperou alguns minutos e quando ouviu a moto de Evan sair, ele caminhou com cuidado até a cama e subiu, deixando escapar um suspiro quando a dor se intensificou em seu quadril. Isso o preocupou um pouco, é claro. O médico havia lhe falado que consumir supressores deixaria muitas consequências, ele estava começando a suspeitar que essa dor era uma delas.
Ele ligou o celular e deslizou o dedo algumas vezes pela tela. Tudo parecia funcionar bem, ele tentava manter a calma, tinha que se controlar, tentava usar as ligações, mas como Evan havia falado, não funcionava sem chip. Ele encontrou o aplicativo para video chamadas e pressionou o usuário do Zayn, logo seu rosto apareceu na tela e ele só precisava que o amigo atendesse.
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Secret Omega • Larry Stylinson ➵ portuguese version
Hayran KurguOnde Louis usa supressores para que Harry, seu melhor amigo, não percebe que ele é um Ômega. Às vezes, um segredo dói mais do que falar a verdade. O silêncio pode ser a destruição de muitas pessoas. Silenciar o que seu coração sente nem sempre é a...