CAPÍTULO 16

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Do lado de fora da imponente sala do trono, Amy encontra Amirah, cuja expressão transborda desespero. Sem perder um segundo, ela se apressa em direção à mulher. 

— Mãe, o que está havendo? Os serviçais mencionaram que o juiz foi convocado à sala do trono, qual é a situação? 

— Anne tentou fugir! Ela está enfrentando o juiz e o rei neste exato momento, Amy! — Amirah revela, deixando Amy alarmada com tal notícia. 

— Santo céu! Mãe… Será que eles vão… O que podemos fazer? 

— Não há nada que possamos fazer agora, minha filha, coitada da Anne! — Amirah diz, a tristeza tingindo cada palavra

O rei levanta sua espada com uma fúria que pode ser sentida por todos na sala, que aguardam em silêncio e expectativa que ele execute o que a lei exige. O juiz, consumido pela ansiedade, parece ter esquecido as insolentes palavras que proferiu ao soberano momentos antes.

Anne, por sua vez, mantém os olhos firmemente fechados, recusando-se a encarar o fim que se aproxima. Sua existência, até então marcada pela simplicidade e pelo isolamento imposto por um pai severo, está prestes a ser abruptamente encerrada. E ironicamente, será pelas mãos do mesmo homem que a adquiriu, selando assim um destino que ela nunca escolheu.

— Vá para o inferno, maldito! — O rei diz com uma calma glacial, e então, com um movimento rápido e preciso, sua espada corta o ar e o pescoço do juiz, cuja cabeça rola até parar aos pés do monarca.

Anne sente gotas úmidas atingirem seu rosto. Sob o impacto da voz do rei, ela se encolhe ainda mais, temendo o fim iminente. No entanto, quando sente o líquido em sua pele, ela não resiste e abre os olhos, apenas para se deparar com a visão macabra da cabeça do juiz a sua frente. Horrorizada, ela recua instintivamente.

 O corpo sem vida do juiz tomba ao lado, e diante da cena chocante, Anne sucumbe ao terror e desmaia.Antes que ela possa sucumbir à gravidade e desabar no chão frio, o rei Damien, movendo-se com uma rapidez surpreendente, atravessa a distância que os separa. Com um gesto protetor, ele a envolve em seus braços, segurando-a com firmeza e impedindo sua queda. O calor de seu abraço contrasta com o frio da morte que ainda paira no ar, oferecendo a Anne um refúgio inesperado em meio ao caos que se desenrolou.

— Removam este corpo da minha vista. — Comanda o rei, recolocando sua espada ao cinto. Josh e outro guarda rapidamente se encarregam de retirar os restos do juiz, enquanto o rosto do rei permanece impassível. Com um gesto, ele chama Devon para perto e confia a ele o corpo inerte de Anne, antes de retornar ao seu trono com passos firmes.

— Majestade. — Devon se apresenta, e o rei o encara, aguardando suas palavras. — E quanto a Anne?

O olhar do rei se fixa em Anne, desfalecida nos braços do conselheiro. O choque a deixou pálida, seu vestido rasgado e manchado com o sangue repugnante do juiz, que também salpicou seu rosto. Damien havia decidido poupar Anne no momento em que entrou na sala do trono. A insolência do juiz foi a última gota; ao invés de punir Anne, que havia apenas tentado fugir, ele optou por decapitar o juiz, um homem que encontrava prazer na morte e que ousou sugerir que se divertissem com Anne antes de executá-la. Essa provocação inflamou Damien com uma fúria maior do que a desobediência ao seu comando.

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