COMPRADA PELO REI

CAPÍTULO 21

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Anne, já pronta e ansiosa pela companhia de Amy, aguarda a chegada da amiga para um passeio revigorante pelos jardins do palácio. A ideia de respirar o ar puro e se desligar das tensões do dia é reconfortante. Ela caminha até a janela, buscando inspiração na vista do lado de fora, quando o som de batidas na porta a surpreende. Com passos apressados, ela se dirige à porta e a abre, pronta para descobrir quem a procura.

— Anne! Olá! — A condessa entra no quarto com um sorriso, e Anne, embora confusa, retribui o gesto com simpatia.

— Olá, está tudo bem com você?— Anne indaga, fechando a porta cuidadosamente atrás de si.

— Está tudo maravilhoso! Você está encantadora. Pretende sair?

Anne lança um olhar para o próprio vestido, percebendo que escolheu uma peça mais simples em comparação com as demais de seu guarda-roupa. Não há extravagâncias em seu visual, e até o perfume que escolheu é delicado, porém agradavelmente marcante.

— Ah, obrigada, Condessa. Não, eu não vou sair propriamente. Apenas vou até o jardim com Amy.

A Condessa, com um olhar meticuloso, examina Anne de alto a baixo. Não há como negar a beleza que Anne exala, uma beleza que não necessita do brilho do ouro ou do cintilar das pedras preciosas para ser reconhecida. Mesmo vestida de maneira simples, sem adornos extravagantes ou tecidos que gritam riqueza, Anne irradia uma elegância inata que transcende as expectativas da moda ou do status. Sua presença é como a de uma flor rara em um jardim real — despretensiosa em sua existência, mas cuja beleza é inegavelmente magnética e cativante. A Condessa, apesar de acostumada com os excessos da corte, não pode deixar de se sentir impressionada pela forma como Anne, a amante do rei, consegue capturar tal graça e dignidade, mesmo nas circunstâncias mais humildes.

-— Hum... certo. Mas por que não realça sua beleza com um pouco de maquiagem?

Anne balança a cabeça, uma decisão firme refletida em seus olhos.

— Eu realmente prefiro não usar. Gosto do meu rosto ao natural, para mim, é assim que me sinto perfeita.— A resposta de Anne é cortês, mas Lauren não pode evitar sentir um toque de ironia naquelas palavras, considerando sua própria face cuidadosamente maquiada com sombras, delineador, batom vermelho escuro e blush.

-— Claro, mas é essencial que esteja sempre impecável. Afinal, você é a amante do rei e...

A insistência da condessa começa a deixar Anne visivelmente desconfortável.

— Estou ciente disso, mas me sinto confortável assim. Sou apenas a amante, não a rainha para estar sempre adornada com luxo e desfilar pelo palácio.

A resposta franca de Anne pega a condessa de surpresa, deixando-a sem palavras diante da assertividade da jovem mulher.

— Está tudo bem, não há motivo para nervosismo. Peço desculpas se fui intrusiva.

Anne percebe que sua resposta pode ter soado mais áspera do que pretendia; ela sempre se esforça para manter a cortesia, um reflexo da educação que recebeu.