CAPÍTULO 48

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Amy organizou suas folhas meticulosamente, alinhando-as com cuidado. O príncipe, sentado à sua frente, esperava pacientemente por sua resposta. Os dedos dele batucavam ritmicamente na mesa de madeira polida, criando uma melodia suave e impaciente.

Ela respirou fundo, olhando nos olhos do príncipe com sinceridade. As palavras saíram de seus lábios com firmeza…

— Olha, me desculpe por isso, mas eu realmente não quero sair com você. Não faz sentido darmos uma volta por aí. Não me entenda mal, só estou dizendo que não podemos fazer isso.

Cael, o príncipe, não se abalou com a resposta. Ele se levantou, erguendo-se com uma elegância natural. Seus olhos verdes encontraram os dela, e ele sorriu de forma enigmática.

— Que bom que você está sendo sincera, Amy. No entanto, meu convite ainda está de pé.

Amy continuou mexendo em seus papéis, os dedos trêmulos. Ela olhou para o príncipe, a expressão indecifrável:

— Cael, me desculpe, mas não posso aceitar o seu convite.

— Não tenho pressa.—Disse ele, com um belo sorriso estampado no rosto, enquanto caminhava para a saída da biblioteca. O livro girava na ponta do dedo, criando um pequeno redemoinho de páginas. A luz do sol filtrava pelas janelas, destacando o pó suspenso no ar. As estantes de livros se estendiam até o teto, repletas de volumes antigos e novos. O cheiro de papel e tinta impregnava o ambiente, convidando à imersão nas histórias ali contidas.

A moça, com os cabelos presos em um coque despojado, observava-o com um misto de admiração e desafio. Ela apoiou o queixo na mão, os olhos brilhando. 

"Ah, como eu queria mesmo sair com você! Metido!" 

Sussurrou, com um sorriso travesso.

Amy, sentada em uma das mesas de leitura, capturou cada detalhe. Ela ouviu o som dos passos ecoando no chão de madeira se afastando vagamente,imaginado o calor do sol na pele do rapaz e sentindo o leve aroma de flores vindo da pequena estufa da biblioteca... E era ali, naquela biblioteca, que sua história começaria a ganhar vida. 

                                [•••]

Hoje, a rainha Isla decidiu acordar mais cedo do que o habitual. A ansiedade de conversar com Anne a deixa cada vez mais aflita. Ela teme que Anne a rejeite como mãe, preocupada de que Anne possa pensar que foi esquecida todos esses anos. Talvez Anne tenha saído correndo ontem da presença deles por esse motivo.

Na sala de entrada do Palácio, Isla e Phillip aguardam ansiosamente o retorno de Anne. Eles desejam mais do que nunca compartilhar todo o amor que não puderam dar a ela ao longo desses anos que se passarão.

— Você acha que ela vai nos entender? Ela não pareceu nada feliz com a notícia ontem no jantar — indagou Isla, visivelmente desanimada, enquanto passeava de um lado para o outro no salão.

— Não tivemos culpa, Isla. Mesmo que ela não entenda, terá de aceitar que é nossa filha. Passamos todos esses anos tentando encontrá-la. Não se sinta culpada por ela não ter crescido ao nosso lado. — Respondeu o rei Phillip com seriedade, tentando confortá-la. 

O som das dobradiças ecoou pelo salão quando a enorme porta se abriu. Anne entrou, acompanhada por Damien e pelos guardas que os haviam escoltado desde o dia anterior. Ela parecia hesitante, mas determinada, enquanto os guardas mantinham uma postura vigilante ao seu redor.

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