CAPÍTULO 22

5.9K 469 35
                                    


••●••

Damien se distancia da condessa, e é evidente a perturbação marcada em seu semblante — uma mistura de incômodo e uma fúria contida.Ciúmes, talvez, quem poderia afirmar?

— Preocupações desse tipo não me cabem, condessa. Anne não seria capaz de tal ato. — Ele declara com uma convicção inabalável.

Internamente, ele reafirma sua crença: "Ela não faria isso. Temos um acordo firmado, e Anne não me parece ser do tipo que se deixa levar facilmente, disso tenho certeza." Ele deposita toda sua confiança na mulher que escolheu como companheira.

— Você fala com tamanha certeza, majestade. Confia assim na sua amante? — A condessa indaga, seu tom carregado de ceticismo.

O monarca detesta rumores, especialmente aqueles que invadem o santuário de sua vida íntima. Ele é um homem que confia na evidência de seus próprios sentidos, suspeitando que a condessa possa estar enxergando fantasmas onde não existem.

—Lauren, você possui alguma evidência concreta da suposta ligação entre ela e Josh?— indagou o rei, com um olhar penetrante e grave, fixo nos olhos azuis e abissais da jovem.

Sob o peso daquele escrutínio, Lauren sentiu um nó em sua garganta, uma secura que a impedia de articular mais palavras. Ela percebeu que estava alimentando uma narrativa sem substância, propagando uma história cuja veracidade nem mesmo ela poderia atestar. Era como se estivesse tecendo uma teia de incertezas, onde a verdade e a invenção se entrelaçavam de forma indistinta.

—Não, Majestade, eu não possuo provas concretas, mas eu...

—Então, quando tiver algo palpável que demonstre qualquer envolvimento amoroso entre eles, traga-me, caso contrário, poupe-me de rumores infundados que brotam unicamente de suas suposições pessoais sobre algo que pode não existir.

—Mas, majestade, eu testemunhei os dois juntos!

—Basta, Condessa! Eu exijo provas! Só darei crédito às suas palavras se você sustentar suas alegações com evidências sólidas.

—Não possuo certezas, é somente uma conjectura, Majestade.

Damien a encara com um olhar fulminante, as sobrancelhas franzidas em uma expressão de desaprovação, aproximando-se dela até que ficassem cara a cara.

—Nesse caso, silencie-se. Mantenha suas conjecturas para si mesma. Não desejo mais ouvir sobre este assunto, e menos ainda vindo de você.

Damien a observa por um momento mais, seu olhar pesado e pensativo, antes de se virar para partir. A mulher permanece paralisada, uma estátua de frustração e desapontamento.

"Que irritação! Por que ele precisa ser tão insensível?" ela se pergunta, enquanto uma enxurrada de lágrimas ameaça escapar de seus olhos.

"Ela definitivamente não pertence a este lugar," ela pensa, a indignação fervendo dentro dela.

Com um grunhido de exasperação, ela crava as unhas em uma almofada próxima, que é lançada violentamente pelo ar, aterrissando no outro extremo do aposento.

COMPRADA PELO REI Onde histórias criam vida. Descubra agora