CAPÍTULO 25

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O silêncio que se segue é carregado de tensão, os ministros se inclinam uns para os outros, sussurrando fervorosamente enquanto ponderam sobre a demanda do rei Damien para revogar a lei draconiana. A atmosfera é de um jogo de xadrez onde cada movimento é crucial.

— Rei Damien, a presença da rainha Lorelle é necessária nesta discussão. Afinal, ela também reina sobre Sharzad . — Diz um dos ministros, tentando introduzir um procedimento formal.

Damien, com um sorriso frio e desdenhoso, responde sem hesitar:

— Os senhores realmente acreditam que minha mãe apoiaria tal barbaridade? Ela mesma já se opôs a esta lei inúmeras vezes durante o reinado de meu pai. Não há desculpas que possam justificar a manutenção de uma crueldade tão obsoleta.

Os ministros se retraem, cientes de que a rainha Lorelle, conhecida por sua compaixão e justiça, jamais endossaria tal ato. A menção dela por Damien não é apenas um lembrete de sua influência, mas também uma advertência velada de que a vontade da coroa é unificada contra a lei em questão.

A sala da suprema corte de Sharzad é um caldeirão de tensões fervilhantes, onde o destino da lei e da justiça está prestes a ser decidido. O rei Damien, com a postura de um leão em seu domínio, ergue-se de sua cadeira com uma presença que parece expandir-se e preencher cada canto do salão. Seus olhos azuis, faíscas de autoridade inquestionável, fixam-se nos ministros com um desafio silencioso.

— Majestade, a abolição dessa lei pode ser interpretada como uma afronta, um prelúdio para a guerra entre reinos ! — Diz um ministro, a voz embargada pela gravidade do momento.

Damien, com um sorriso que é tanto um aviso quanto uma promessa, inclina-se sobre a mesa, as mãos espalmadas sobre o madeiramento antigo, como se estivesse pronto para dominar o próprio destino.

— Guerra? — Ele zomba, a voz carregada de desdém. — Meus guerreiros são como a tempestade; invencíveis, implacáveis. Se os reinos desejam testar nossa força, que venham. Sharzad não se curva diante de ameaças; nós as enfrentamos de frente.

Os ministros recuam, a menção do exército de Sharzad suficiente para acender o medo nos corações mais valentes. Eles se entreolham, sabendo que qualquer oposição ao rei é tão perigosa quanto enfrentar um dragão em seu covil.

— Se a lei for erradicada, então que seja — Concede outro ministro, a voz trêmula. — Mas deve haver alguma forma de punição que não seja a morte, algo que mantenha a ordem sem derramar sangue.

Damien sorri, um sorriso que não promete misericórdia, mas justiça segundo seus próprios termos.

— Estou plenamente ciente das consequências, senhor ministro . — Diz o rei Damien, sua voz ressoando com uma convicção que silencia a sala. — As regras não me são estranhas, e é por isso que confinei minha amante nas profundezas da masmorra. Acredito que esse castigo já é punição suficiente. Não há necessidade de tirar uma vida para demonstrar poder ou incutir medo. A justiça em Sharzad não será manchada pelo sangue de uma inocente enquanto eu reinar.

Os ministros, após um breve concílio, voltam sua atenção para o rei, suas expressões carregadas de uma gravidade que reflete a seriedade do assunto em pauta.

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