o segredo de Lúcia

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Miguel viu Lúcia ir para seu quarto, e a seguiu, ele tinha que falar com a menina, mesmo que ela já tivesse recebido um castigo no dia que ele voltou, ele tinha que saber que história era aquela da menina estar fumando novamente.

Assim que ela tinha se mudado para lá, a menina fumava, muito. Então ele confiscou os cigarros da menina.
Lúcia era muito insegura de si e colocou na cabeça que meninas descoladas fumavam.

— Lúcia... Sou eu Miguel. Posso entrar.

Ele diz na porta, a menina estava encolhida na cama e fala:

— Pode..

O homem entra e entregabun sorriso gentil a Lúcia e vai até a cama dela falando:

— Quer dizer que você estava fumando de novo Lúcia?

Miguel pergunta para ela, ele odiava qualquer tipo de cigarro, fosse do que fosse. Ele odiava.

— Miguel... Não é para me bater.

— Não vou bater. A não ser que você mereça, tipo se você realmente voltou a fumar ... Já falamos de cigarros minha pequena.

Miguel viu os olhos de Lúcia lacrimejar e ela falar:

— Eu queria parecer com as meninas da faculdade... Eu... Eu só queria parecer legal.

Miguel respira fundo e fala:

— Olha que legal, e super descolado ter carcer de pulmão.  Não acha? Aí Lúcia você tem vezes que não se ajuda viu!

Lúcia o olha com os seus grandes olhos castanhos e lembrou da vez que eles ainda moravam com a mãe dela. E ela foi pega fumando, a mãe dela deu uma surra na menina que ficou dolorida por uns três dias. A garota fala manhosa:

— Não me bate Miguel...

— Haa agora é não me bate! Mais é na hora que eu falo não fume?! Lúcia você tinha me prometido da última vez que não ia voltar a fumar!

— Mas..

—  nada de mas! Você já tinha sido castigada por isso no passado Lúcia... E desculpa mas você vai ser castigada agora por ter voltando a fumar.

Miguel analisou a situação, a menina já tinha ganhado umas palmadas na primeira situação, quando ele pegou ela fumando. Então o castigo ia ser um pouco mais pesado que umas palmadas.

Mas ela já tinha apanhado bem com as escovadas que ganhará no início da semana.

Então ele viu o chinelo de Lúcia ali e o pegou, falando:

— Vira de bumbum para cima. Agora mesmo Lúcia.

— não.. Miguel... Não quero!

A menina fala chorosa, ela estava com uma voz mais infantil, Miguel conhecia aquela voz. O rapaz mesmo com o coração apertado agora fala duro:

— Você não tem que querer Lúcia!  Anda deita aqui no meu colo. Vamos.

Lúcia agora estava chorando de verdade, ela não queria ser castigada.. sabia que não podia fumar.

Ela balança a cabeça num sentido contrário e falando enrolado por causa do choro:

— Eu não que... Não por favor! Não Miguel!

A menina chorava bastante, mas Miguel foi duro. E a puxou para o colo. A menina estava com uma calça fina de pijama, então ele resolveu não a abaixar como na maioria das vezes é falou:

— Eu vou bater só 20 vezes. E depois eu não quero ver você fumando nunca mais, pois se eu ver Lúcia, ou descobrir eu lhe dou uma surra para você nunca mais esquecer mocinha!

Lúcia soluçava, seu corpo tremia de tanto chorar. Ele bateu a primeira vez. Fazendo a menina saltar.

*Sep *sep* Aii *sep *sep *doiiii  *Sep* *sep *sep* sep* Paraaaaa *sep* sep* Miguellll paraa *sep* sep* sep* sep* aí! *Sep *sep* sep* sep* Paraa!
SEP! AIII
SEP! MIGUEL!

Ele parou, era o suficiente, a menina estava chorando muito, Lúcia foi posta sentada no colo do mais velho que muito agia como seu irmão mais velho  e ele fala:

— Eu não quero lhe ver com um cigarro na boca nunca mais Lúcia e...

Ele não conseguiu continuar, ao ver os olhos de Lúcia tão cheios de lagrimas, respira fundo, só os dois que estavam ali naquele quarto sabiam  que Lúcia regredia a idade, ela muitas vezes se comportava como uma garotinha pequena. Era como um mecanismo de defesa dela.

Miguel sabia que ele estava falando com a Lúcia pequena agora, só pelos movimentos das mãos da menina. Esfregando os olhos, e uma mão foi para por o dedo na boca. Miguel então a impede falando:

— Não... Sem dedo na boquinha... Sabe que o dedo é sujo.  Cadê sua caixinha?

Ele perguntou a ela, a caixinha com algumas chupetas que ele tinha dado a ela, ele não ligava em ter que lidar com isso de Lúcia, até gostava e achava muito fofo quando a menina estava assim. Era só difícil se manter duro com ela. Mas tinha suas exceções. Tipo no dia que ele usou o cinto, era a garotinha fugindo dele, mas mesmo assim ele a castigou.

A menina apontou a sua mesa de cabeceira, Miguel a sentou na cama, e a menina se encolheu e deitou que nem uma bolinha.

Ele achou a caixa média na gaveta,abriu lá tinha as chupetas, um lencinho que Lúcia adorava, e até uma mamadeira. Miguel pega a chupeta preferida dela.  E põe na boca da menina. E fala:

— quer que eu lhe faça um leite?

— Quero sim Migu...

— Lúcia vim devolver seus cigarros!

Rafael fala entrando rápido demais para a menina não ter tempo de tirar o bico.  O rapaz estranhou e fala:

— Mas o que... Que merda é essa?

Lucia tira o bico da boca falando com a voz manhosa:

— Miguel...

— Que droga... Rafael... Bom como eu posso explicar isso.. Lúcia eu posso?

A menina estava olhando envergonhada para Rafael, que estava encarando os dois. Mas balança a cabeça num sentido correto.

— Olha... Pode parecer estranho; mas a Lúcia, algumas vezes regride de idade. Algumas vezes ela gosta de se comportar como uma garotinha... isso inclui usar chupetas, mamadeira, se vestir de forma fofinha, brincar..

— E um mecanismo de fuga.. Eu fico assim quando estou muito estressada, e quero me proteger. Entende?

Rafael ainda os encarava, e fala:

— A quanto tempo é assim?

— Deste dos meus 16..  Um tempo depois que nos conhecemos.

Rafael cruza os braços, respira fundo, não era algo normal. Olhou para a amiga.

— Falou com alguém sobre isso?

— Meu psicólogo disse que é até normal..  Eu preciso de algo que me acalme no dia a dia. E como não afeta ninguém.

—  isso lhe faz bem mesmo?

A menina concorda com a cabeça e Rafael fala:

— Tudo bem então... Eu acho. Mas ainda vou ter que pesquisar mais sobre isso. Eu vou deixar vocês sozinhos.

Rafael sai fechado a porta do quarto. Miguel olha para Lúcia e fala:

— Eu falo com ele.. Se quiser.. Ainda quer o leite?

— não.. Eu quero tentar dormir um pouco. Peguei folga cheia então vou começar a aproveitar o final de semana mimindo.

Lúcia nem percebeu que trocou as palavras, Miguel sorri, ela alcança a chupeta e põe na boca. Miguel beija sua testa e sai do quarto em busca por Rafael.

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