Confidences And Flowers ° • . ❀ - 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖́𝑑𝑎.

• ° ❀ XIV ❁ ° •

Meredith Grey:
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Durante o dia no trabalho, não conseguia me concentrar definitivamente.

Minha cabeça parecia em uma infinita desordem, meu coração às vezes se apertava espontaneamente, e minha mente apenas rememorava a forma como agiu Addison em uma semana atrás, a última vez que a vi.

Flashback, o início:

O reluzir azul marinho do relógio digital do microondas, entregava-me que eram seis e meia da manhã.

Retirei do forno o recém preparado bolo de canela com banana, uma receita de Isobel que era realmente uma delícia. Não sou tão boa confeiteira como minha irmã, mas minhas tentativas às vezes esbarram com o aceitável e me sinto menos frustrada. Depois passo, então, geleia de mirtilo em torradas — a qual tem um gosto horrível, por sinal, mas Addison gostava — e sirvo café na xícara vermelha que Addison adotara como sua.

Na madrugada anterior, após ela ter me contado sobre questões de seu passado, e a incidência de verdadeira dor abalar seu olhar, decidi fazer algo para lhe agradar. Não que fosse algo exuberante e excepcional, mas sim de coração.

Coloco tudo sobre uma estreita bandeja com cuidado e pego-a, indo em direção ao quarto. Quando o alcanço e adentro, sou surpreendida pelo corpo já despertado de Addison, que se entremeava entre os lençóis. Me aproximo sob o analisar incrédulo de seus olhos, que alternam entre meu rosto e a bandeja em minhas mãos. Sua posição é desfeita e agora ela se senta ereta, bocejando.

— Oh... Isso é para mim? — Pergunta sem privar um largo sorriso.

Entrego-lhe a bandeja.

— Sim, Addie! — Respondo óbvio e me sento de frente para si.

— É... incrível! Não sei se mereço algo bonito assim... Obrigada.

— Você merece mais do que isso — garanto vendo-a levar a xícara de café à boca e expressar um sorriso deveras agradável.

— Hoje seu café está perfeito.

— Forte e amargo, especialmente para você — a ruiva assentiu divertida antes de beber mais —. Coma o bolo... Estou ansiosa para saber se vai gostar.

Mas então, em decorrência de um susto que desorienta os meus sentidos, o toque de um aparelho ressoa em típico som agudo e alarmante. Addison ergue a cabeça para a escrivaninha e olha o visor de seu celular. Como um anuviar repentino sobre si, sua face se enrijece completamente e o maxilar torna-se inflexível. Antes de deixar de lado a bandeja para se levantar, a ruiva exprime um palavrão que ressoa mais austero do que o habitual. Com o barulhento aparelho em mãos, ela atravessa a porta do quarto.

Em um segundo momento, apenas ouço-a dizer com rigidez um nome incompatível quanto às minhas noções preexistentes: Matt… Mark? Não soube compreender.

Mesmo a poucas horas de uma manhã tão agradável como esta que se iniciava, Addison grita ao telefone furiosamente, e nem em séculos decido deixar o quarto para me aproximar, ela é como uma bomba relógio em momentos de alta tensão — não posso me submeter a correr esse risco. Outro susto incontestável me acomete quando seus pés, descalços e em colisão ao piso de taco, ecoam de volta ao quarto.

Sua total nudez, naquele momento, nem foi algo com que meus olhos preocuparam-se em assimilar, já que ela anda pelo quarto em frenesi, buscando ao chão suas peças de roupa. Pondero em reflexão se devo ou não exprimir alguma pergunta, e acabo por decidir que sim.