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Narradora:
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"— Mark...?”

Ouvira Meredith, e os mecanismos de correlação começaram a trabalhar em sua mente. Então era ele, pensou, analisando a figura do homem, esteticamente bonita e impetuosa que lhe causava hesito. Para um “amigo”, ele parecia irritado demais.

E então Addison a olhou, e fora de um espanto completo o fato de seus olhos estarem exorbitantes, quase saltando de suas respectivas órbitas. Viu que a incidência de uma lágrima irrompia no cantinho de seus olhos, e confundiu-se ainda mais acerca do que realmente significava o momento que vivenciava. Os lábios de Addison sibilaram um: “Me perdoa” em direção à garota, antes de seu corpo nu se levantar e vestir-se com a camisola azul marinho que estava no tapete.

— O que você está fazendo aqui? — Pergunta demasiadamente arrogante, se posicionando de frente para Mark e, consequentemente, de costas para Meredith.

— O que eu estou fazendo aqui? Eu quem exijo que me responda o que você estava fazendo — Sloan expressa seu primeiro pronunciamento, e é em volume alarmante que diz. Addison não responde, apenas permanece olhando-o — Não precisa — sorri em escárnio —, eu mesmo vi.

E então ele olha por cima do ombro da ruiva, e observa Meredith, que ainda permanece sentada na cama, sem ter forças ou coragem o suficiente para se levantar. Nem um mísero resquício de compreensão conseguia absorver, ouvia o início da discussão, mas não entendia o fundamental para tal. Assustou-se, então quando o homem gritou consigo:

— E você, quem é? — Silêncio... Nada respondera, não sentiu que deveria. — Quem é você, porra? — A garota se encolheu no canto da cama quando visualiza o homem se aproximar de si a passos furiosos, mas Addison o detém, segurando-o.

— Mark... Mark! — O frea pelos ombros e mantém as mãos lá, até que ele desvie os olhos de Meredith e os atenta à Addison. — Ela não tem nada haver com isso, guarde o seu ódio apenas para mim!

Mark recua as costas e corre os dedos entre seus fios de cabelo grisalhos, fechando os olhos o mais forte que conseguiu, em uma infindável tentativa de dissociar da mente a cena de sua mulher transando com outra.

Ergueu-se novamente, e chorava, as lágrimas fugiam fervorosamente de seus olhos assim como a respiração era expirada.

— Por que você fez isso...? — Questionou, desesperado pela resposta, mesmo sabendo que não lhe satisfaria — Por que me traiu com essa... garota?! — Gritou roucamente.

Meredith sentiu todos os nervos de seu corpo enrijecer, e estagnou-se com exatidão no momento em que ouvira a palavra "traição". Os olhos se alarmaram e os lábios se entreabriram. Quis mais do que depressa sair dali, sentia-se mais do que constrangida, e também idiota. Sentiu todo o âmago se contorcer por uma dor que não lhe era convencional, e soube no mesmo instante, que se tratava do início da dissociação dos fragmentos de Addison que habitavam em si.

Acreditou na mentira que ela contara, fora ingênua o suficiente para confiar que Addison pudesse ter sentimentos o suficiente para não fazer algo daquele nível. Mas o que se concentrava na disposição de seus olhos, e no captar de seus ouvidos, provaram que ela havia errado feio.

E se desiludiu, gradativamente, da ilusão que Addison provocou — e que ela mesma permitiu, por não saber como negar.

— Eu não fui suficiente pra você? — Indagou Sloan em hesito — Nossa relação não foi o suficiente, Addison?

— Mark... — Foi quase um sussurro que escapara de seus lábios. Não via Meredith, pois ainda se mantinha na frente de Mark, mas soube que neste momento, a conclusão já lhe atingira.

Confidences And Flowers ° • . ❀ - 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖́𝑑𝑎.Onde histórias criam vida. Descubra agora