• ° ❀ V ❁ ° •

492 71 43
                                    

Meredith Grey:
.  •  。 .  •  °  ❀  •  .  •  ❁  °  •  .   。•  .

Addison se encontrava calada demais, exalando incômodo até no subentendido de seus suspiros. Estávamos sentadas em um banco de frente para o Lago Union — perto da ponte Aurora, onde horas antes assisti o sol se pôr. Saímos do café depois de eu tê-la convidado para dar uma "volta", mas apenas nos sentamos aqui.

À medida que seus olhos continuavam
estáticos à vista adiante, e sua boca tão reta, senti-me como uma pessoa horrível por tê-la julgado tanto. Ela não parece alguém tão ruim assim.

Mal percebi quando ela mudou sua posição e agora me olhava fixamente, mais precisamente para os meus braços.

— É bonita — com um polegar tocou minha tatuagem de um sol, na parte interna de meu antebraço. Depois desceu para o meu pulso onde havia outra — O que é?

— É uma constelação, do meu signo solar — seu olhar me alcançou —. Câncer — completei.

— Não entendo muito sobre astrologia. Sou de escorpião.

— É um signo interessante, regido por Plutão, que dá toda a questão da expansão — suas sobrancelhas ruivas unem-se —. Por isso você é tão misteriosa.

— Signo não define ninguém, e eu não sou misteriosa — respondeu, porém sem olhar diretamente em meus olhos.

Continuava estudando com os dedos, os desenhos em meus braços.

— Você é sim — sorri afirmando, ela deu de ombros.

— Gostei dessa — era um pequeno anjo em meu outro braço.

— Essa eu fiz com minha irmã — respondi, deixando de focar no fato de que seus dedos em minha pele causavam-me sensações incômodas.

Mas não de uma maneira ruim.

— Tem mais?

— Algumas, e você — os toques se dissiparam —, tem alguma?

— Não, nenhuma.

— E por quê? Não gosta?

Ouvi um suspiro.

— Meu pai... Não gosta — seus olhos pareciam tão cansadinhos.

— E você tem cinco anos de idade por acaso? Que bizarrice.

— Não posso ir contra os seus ideais.

Addison não me parecia alguém que seguia ordens, mas agora acho que isso é uma baita pedra em seu sapato.

Quis perguntar sobre sua namorada, para saber o desfecho daquela noite de discussões, não porque eu realmente estava interessada.

— Você e sua namorada ficaram bem? — Addison me olhou incrédula. Ótimo, eu e minha melhor maneira de abordar as pessoas.

— Carina e eu? Não! — Riu de maneira oca, mas a verdade era que seu maxilar estava tão rígido que era audível o ranger de seus dentes — Ela realmente se foi.

— Eu... sinto muito — levei minha mão para um toque na parte nua de sua coxa pela saia, mas retrocedi, achando evasivo demais. Então apenas dei um toque em seu ombro.

— Não sinta. Eu mereci, devo ser realmente "fluida". E... como foi mesmo que ela disse? — Pareceu pensar — Manipuladora? — completou.

Ela enrolou uma mecha solta de seu coque, nos dedos.

— Acho que o amor de Carina foi mais do que eu mereci.

— Acho... que você não deveria se desvalorizar tanto.

Confidences And Flowers ° • . ❀ - 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖́𝑑𝑎.Onde histórias criam vida. Descubra agora