Confidences And Flowers ° • . ❀ - 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖́𝑑𝑎.

• ° ❀ XVIII ❁ ° •

Narradora:
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Fremont, Seattle, Washington.
Saturday night.

Addison estava em plena determinação. Convicta e decidida. Iria, de uma vez por todas, ser sincera com Meredith e contar-lhe toda a realidade da atual situação que sucedia em sua vida. Diria sobre Mark e, com pesar, explicaria o tormento de sua relação com o homem. E, também, sobre a chantagem de seu pai, e talvez pudesse até mesmo contrair alguma coisa que servisse como superação.

Por mais que soubesse o quão difícil seria dizer a verdade, sabia também que não poderia continuar a omitir, estritamente tudo, de Meredith. Se sentia que gostava da garota, mais do que seu próprio coração compreendia, então que ao menos fosse verdadeira, quem sabe assim não teria ao menos uma chance de salvar a única relação em sua vida que realmente valia a pena.

Foi com esse pensamento que adentrou a cafeteria já tão especial para si, abrangida pelo característico cheiro amadeirado da canela e a complacência dos grãos de café que antes, tão puro, só sentira em uma viagem ao interior quando adolescemte. Gostava dali, era calmo e pouco movimentado, naturalmente diferente da realidade que e cerca em Downtown Seattle, onde há tanta movimentação quanto futileza. E todos os aspectos parecem insignificantes e afoitos.

Entretanto, o pensamento e o estado de convicção que antes preenchia todos os ocos internos de seu corpo, entraram em estado pleno de retrocesso. Vira Meredith, sentada na última mesa do canto esquerdo da cafeteria, com o rosto encaixado perfeitamente nas mãos e voltados plenamente à sua direção.

Viu-a, e então toda a anterior sensação que implicava oscilações entre "sinceridade" e "foco", recuaram. Antes, durante o trajeto em seu carro, imaginou que chegaria antes da garota — como em todas as outras vezes  — e poderia repassar exatamente o que dizer à Meredith. Mas ela já estava lá.

Addison sentiu as próprias pernas vacilarem e, os pés trêmulos e esguios no negro salto, não foram evidentemente capazes de sustentar o peso de um corpo extasiado e um coração apaixonado. Meredith causava esses efeitos sórdidos, intrusivos e intensos em si. Mas, ainda assim, a ruiva mantinha a austeridade ao rosto, em prol de mascarar o regozijo que tamborilava suas entranhas.

Pôs-se a andar, e o colidir dos saltos nos pisos de madeira caracteristicamente antigos, ressoam por todo o pequeno e aconchegante ambiente. Cumprimentou com um breve aceno de cabeça à Bailey e em questão de segundos estava defronte à Meredith. Lançou-lhe o melhor de seu sorriso lateral, tentando ser aprazível enquanto tremia e suava as próprias mãos, e, inacreditavelmente, o gesto fora genuinamente retribuído. Estranhou, portanto, pois imaginara que Meredith a xingaria na primeira oportunidade, mas, em oposição, ela fora gentil.

— Sente-se... — Pediu a loira em notável  ansiedade.

Addison obedeceu em silêncio, ainda tentando descobrir o motivo pelo qual Meredith sorria ao invés de chutá-la para longe como um ato vingativo.

— Está tudo bem? — Addison assente — Quer beber o quê? O tal café com dupla cafeína?  — Estava entusiasmada e confiante.

— Ahn... — Pigarreou  —. Sim, e canela.

Meredith assentiu e se levantou, mas antes de andar efetivamente, apertou a mão de Addison sobre a mesa, ato completamente inesperado para a ruiva.

Em minutos ela trouxe os respectivos cafés e se sentou novamente em sua cadeira, levou a xícara lilás de bolinhas à boca e provou de seu doce Caramelo Macchiato, enquanto Addison tomava seu Dupla cafeína. No tempo em que sucedeu tal ato, conversa alguma fora instaurada, nem mesmo um murmúrio que ajudasse a diminuir a sensação de alucinante silêncio — nada mesmo que não os olhares. Conectados, em junção no plano recíproco, as íris verdes claras às verdes escuras eram imbatíveis, indissociáveis. Quem agora lançava-se à confusão era Addison, principalmente por esperar uma reação completamente diferente por parte de Meredith. Entretanto, apesar de não estar tão mais convicta quanto quando chegou, ainda almejava iniciar a tal conversa com a garota — e foi o que fizera, assim que terminara seu café.