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Meredith Grey:
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Convidei Amélia para dormir em meu apartamento, pois sua casa estava suja pelo desuso, então que ela se abrigasse aqui até tudo se ajustar. Depois de nossa conversa no café, onde metade dos acontecimentos que implicam Addison e nossa "relação", foram relatados, terminamos em meu apartamento — rodeadas de guloseimas enquanto lamentávamos os fiascos irreversíveis que nos causam as mulheres de nossas vida.

Depois, quando a glicose executou seu inerente e pleno trabalho de nos apaziguar, fomos nos embebedar com o último vidro de tequila que havia em meu armário. Amélia, desde sempre, jamais se agradou ao gosto dessa bebida — eu mesma quem sou apaixonada —, entretanto, ela aceitou, alegando precisar de qualquer coisa com elevado teor alcoólico. Eu também tinha essa necessidade, sobretudo de sentir a coisa trêmula e quente em minhas veias, já que nos últimos dias não tenho sentido qualquer coisa que fuja da constante neutralidade.

Quando já estávamos bêbadas o suficiente, ligamos uma música e dançamos loucamente, como se não houvesse amanhã — sem qualquer hesito sobre a possível reclamação dos vizinhos no dia seguinte.

No próximo dia seria quarta-feira e, junto dela, viria a demanda e responsabilidade de realizar funções mas, naquele momento, na euforia dos corpos em movimentos dançantes e embriagados, nada abalou nossas estruturas. Tudo parecia doce e divertido como vagar em nuvens cor de rosa, e apenas seguimos.

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Entretanto, ter seguido tais nuvens, não me foi tão benéfico assim.

Sempre há o desanuviar.

Quando acordei, minha primeira e impetuosa percepção foi o corpo de Amélia sonolento ao meu lado na cama, o que me fez considerar que talvez tivéssemos ultrapassado o limite e nos lançado à tal condição da luxúria humana — mas aquiesci quando percebi que estávamos totalmente vestidas. Ao menos, a loucura não me alcançara plenamente.

Como de costume e praticamente em transcorrer espontâneo, dirigi-me ao banheiro, e só mesmo concluí que o estado de embriaguez ainda pairava em mim quando, no caminho, minhas pernas vacilaram e tive de sucumbir ao sustento.

Minha próxima percepção é quando olho ao espelho — e eu que achava que as surpresas haviam se encerrado — e vislumbro uma considerável diferença em minha aparência. Meu cabelo era enorme, mas agora estava curto, como o de Amélia, na altura dos ombros. A forma como aquilo ocorreu? Não faço ideia. Mas ao menos estava bonito e certinho, e abandonei aquela figura esteticamente infantil que o anterior cabelo longo me passava.

Certo tempo a seguir, fui descobrir por Amélia que eu mesma havia pedido-a para cortar, pouco depois de bebermos — por que, disse minha amiga, eu aleguei gostar da forma como ela cortou seu próprio cabelo, e queria no meu também. Em seguida fui chamada de fraca por ela, que insinuou questões sobre meu corpo não resistir tanto à bebidas — até perder a memória me ocorreu. Concordei, em diversão, no fim.

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Fremont, Seattle, Washington.
Wednesday night.

Eu sorria, lembro-me que sorria, pois quando a vi, minha primeira sensação foi a de esvaziar-me da anterior alegria que transbordava por meus lábios. Não porque queria evidentemente lançar-me à rigidez, mas porque, o aperto em meu coração foi o responsável pela recordação da última vez em que estive com ela — quando tudo pareceu mudar de um segundo a outro, e minha expectativa fora solada pela realidade.

Confidences And Flowers ° • . ❀ - 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖́𝑑𝑎.Onde histórias criam vida. Descubra agora