meio-irmão não é irmão

Prefiro incomodar você

oiê! tudo bem com vocês?
eu ando toda atrapalhada com o final de ano, que acabei dando menos atenção aqui. prometo que mais tarde apareço para responder vocês e atualizo mais um capítulo. xoxo!

Dois policiais entraram e começaram a questionar cada um dos rapazes em cantos diferentes. Nati e eu apenas ficamos de lado, atordoadas e confusas com relação ao que poderia ter acontecido no pequeno período em que estávamos no banheiro para causar isso. Eu queria ter podido escutar o que eles estavam dizendo para os policiais, mas eles estavam muito distantes.

Depois que eles foram liberados, Tony passou direto por Nati e veio até a mim. - Vamos. Você não vai entrar no carro dele.

- Quem você pensa que é tentando levar meu encontro pra casa? - Steve atirou.

- Eu estou na casa dela, idiota.

A viagem de taxi pra casa com Nati e Tony naquela noite foi extremante desconfortável. Steve tinha ficado louco
e saiu no carro dele depois de saber que Tony era meu meio-irmão. A causa do que aconteceu naquela lanchonete continuou um mistério para mim. No caminho todo de volta Tony não disse nada para nenhuma de nós. Ele sentou na frente enquanto nós sentamos atrás.

Quando chegamos em casa ele subiu direto para o quarto dele, e bateu a porta tão forte que me fez pular. Eu pensei em ir falar com ele, mas meus instintos disseram pra simplesmente deixá-lo sozinho.

Quando eu acordei no sábado de manhã, Tony já tinha saído pra trabalhar na oficina o dia todo.

Minha mãe sentou no banco ao meu lado no balcão de granito em nossa cozinha. - Você quer me contar o que aconteceu na noite passada? Howard recebeu uma ligação de um amigo policial dele dizendo que Tony estava numa briga em uma lanchonete e que você estava com ele?

Eu deixei meu café e esfreguei minhas têmporas. - Nós estávamos jantando... Tony, Nati eu e esse cara, Steve, da escola. Tony e ele brigaram. Nós não sabemos o porquê, pois começou quando eu e Nati estávamos no banheiro. Então eu realmente não sei muito mais que você.

- Bom, seu padrasto está furioso e eu não sei o que fazer sobre isso.

- Ele precisa simplesmente deixar isso pra lá. Rapazes são assim às vezes e pode ser que não tenha sido culpa do Tony. Você precisa explicar isso pra ele.

- Não tem conversa com Howard quando se trata de Tony. Eu não entendo isso.

- Nem eu.

Eu decidi que iria falar com Tony naquela noite e tinha esperado por ele vir pra casa o dia todo. A oficina fechava às seis, então eu esperei que ele estivesse de volta às sete, mas ele não veio pra casa.

Incapaz de dormir, um sentimento de naufrágio veio sobre mim. Por volta da meia-noite finalmente eu ouvi passos e a maçaneta do quarto de Tony lentamente se movimentar.

Pelo menos ele estava em casa. Um minuto depois, veio o som da sua porta sendo aberta bruscamente.

- Que porra Anthony? Você está fedendo a álcool, - eu ouvi Howard gritar.

Eu pulei pra grudar meu ouvido na parede.

- Hey, Pa-pa, - Tony parecia arrastar suas palavras.

- Garoto, você só continua a me deixar orgulhoso. Primeiro você começa uma briga e me humilha na frente da comunidade inteira, e agora você tem a audácia de por os pés na minha casa, a essa hora da noite, bêbado? Bom, você vai desejar nunca ter vindo pra casa.