Cap. 17 - Mel

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OLIVIA

Rosália, voltou para casa dela. O assunto é grave, e a conversa que ela terá com Miguel não pode ser postergada. Não sei qual será sua decisão, contudo, espero que seja priorizando o próprio bem.

Pedro desceu, está com o cabelo molhado, vestindo bermuda preta e camiseta de futebol. Beny e eu fomos buscá-lo no aeroporto, viemos todos para casa dele.

- Coração, a comida chegou, vem comer. – Falei, enquanto coloco à mesa.

- Parece estar uma delícia. – Comentou.

Ao passar por mim, deu uma alisada na minha bunda. Está cheiroso, o hidrante que usa tem um perfume maravilhoso.

- Não peguei bebida, você escolhe. – A escolha do jantar foi minha, comida chinesa.

- Vodca, me acompanha ou ainda está evitando?

- Aceito, não senti mais nada.

- Graças a Deus. – Ele apanhou a garrafa no freezer e dois copos no armário.

Pedro nos serviu da bebida, eu coloquei um pouco de frango xadrez no prato dele e outro no meu. Nós nos sentamos à mesa de jantar, está caindo uma chuva insistente hoje.

- Como foi por lá? – Dei uma garfada, levando um punhado de frango à boca.

- Agitado, mas produtivo. Demos início ao planejamento da próxima safra, o agrônomo vistoriou a plantação. Felizmente não encontrou nada que possa interferir na qualidade do produto.

- É bom ouvir isso. – Ele comeu. – Pode me levar para assistir o dia da colheita?

- Sim, com o maior prazer. Você ficará encantada, cariño – Eu sorri, dando outra garfada na comida. – Sobre aquele assunto, das fotos, tecnicamente eu sei quem foi.

- Tecnicamente? Explica isso, Pedro. – Franzi a testa.

- Carola, ela conversou com a equipe de funcionários da casa. Nos questionamentos, uma faxineira confessou ter visto um homem saindo dos arredores da piscina. – Ele gesticulou com a mão. – Se minha memória está correta, passamos apenas uma tarde lá.

Ele está certo, enquanto estávamos na casa passamos a maior parte do tempo no quarto. Sem conseguir tirar as mãos e todo o resto um do outro.

- Ela sabe quem é o homem? – Tomei um gole da vodca, está muito gelada.

- Agora entra o tecnicamente, a faxineira o identificou como funcionário externo. Que realizava trabalhos gerais na propriedade. Um novato, que Malvino contratou enquanto estávamos na casa. – Pedro, comeu mais um pouco.

- Coincidência demais para o meu gosto. Onde está esse sujeito?

- Deixou o vinhedo assim que partimos, não foi feito contrato de trabalho. – Ele ficou irritado. – Não permito esse tipo de prática, não quero aventureiros dentro da minha propriedade. Malvino errou, e se quiser manter o emprego terá que me entregar esse sujeito o quanto antes.

Pedro tomou um longo gole da bebida.

- Coração, será que eles estão falando tudo o que sabem? – Pedro mexeu no cabelo, enquanto olha para mim. – Porque eu acho muito estranha toda essa situação, o Malvino não me parece tão tolo para cair nessa e de tabela desrespeitar ordens suas.

- Eu também tenho essa impressão, Carola diz a verdade, ela não é do tipo que se suja para ajudar outros. – Ela não me parece o tipo para várias coisas. – O Malvino, essa é primeira vez que faz algo que eu proibi. Ele sempre foi um funcionário exemplar e muito leal a família. Era homem de confiança do meu pai.

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