Cap. 18 - Nuestras Lágrimas

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PEDRO

Já é madrugada e nenhuma notícia. Estou a ponto de explodir sem saber como ela está. Será que é gravidez? Não sou capaz de reconhecer sinais com precisão, porém, dor forte e sangramento não pode ser algo bom.

- Alguma notícia? – Retornei a recepção pela milésima vez.

- Sr. Rivera, me fez essa pergunta há cinco minutos. – A recepcionista me olhou sobre os óculos.

- Ela estava bem, e em menos de cinco minutos não mais. Só preciso de alguma resposta, a mulher que amo está lá dentro.

Ela suspirou, revirou os olhos e disse.

- Está bem! Eu vou ligar para emergência e checar.

A mulher apanhou o telefone, não chamou por muito tempo. Ela fala tão baixo que não pude identificar quase nada do que disse.

- A Sra. Moraes está no quarto, em recuperação. O senhor pode subir e ficar com ela.

- Obrigado!

- Espere, a identificação, sem ela será barrado. – Falou e imprimiu a etiqueta. – Sexto andar, vá até a recepção primeiro, Sr. Rivera.

Eu assenti, sem esperar mais, disparei para o elevador.

***

A enfermeira pediu que eu aguardasse um pouco mais. O médico está conversando com Olivia. Ao que parece essa é a ala ginecológica e obstétrica do hospital. Ao meu lado, um sujeito esperando.

- A sua está com quantas semanas? – Indagou.

- Semanas de quê? – O fitei intrigado.

- Gravidez, veja onde estamos. – Ele girou o dedo.

- Não sei, ela não está, eu acho. – Começo a ter minhas dúvidas.

- Está no escuro, eu também estive. Minha esposa se transformou, tem crises de choro e raiva no mesmo dia. Sente dores e desejos absurdos.

Olivia, tem tido oscilação de humor e dores. Pedir comida chinesa todas as vezes não conta como desejo, não é?

- Sua esposa, como ela está? – Perguntei.

- Gravidez de risco, ela tem um pouco mais que 40 anos, engravidou de teimosa. – Ele olhou para mim. – Vocês são jovens, se a moça estiver grávida é mais fácil.

- Sr. Rivera? – A enfermeira chamou.

- Boa sorte para sua esposa. – Falei. Com esse marido demostrando zero empatia, ela irá precisar. Levantando-me fui em direção à mulher. – Posso vê-la?

- Sim, senhor, me acompanha. – Ela indicou o caminho.

Olivia, está recostada na cama, vestindo aquela camisola de hospital. Um acesso no braço, com o que parece ser soro e medicação. Seu semblante extremamente abatido.

- Oi, meu amor. – Toquei o rosto dela. – Como você está?

- Exausta, porém em boa recuperação física dos procedimentos. – Respondeu, a voz está fraca.

- Que procedimentos? – Senti calafrios.

- A remoção do DIU, ele saiu do lugar e causou todo o resto. – Passei meu braço ao seu redor. Ela suspirou pesadamente. – Eu estou grávida, Pedro.

- Céus, eu não sabia que era possível usando esse método. – Não estou totalmente surpreso.

- É raro, porém possível. Principalmente pelo fato de o dispositivo ter saído da posição correta. – Disse, olhando para mim. – O que ocasionou uma gravidez ectópica.

OliviaOnde histórias criam vida. Descubra agora