Cap. 25 - Aparências Enganam

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PEDRO

Continuo atônito, jamais poderia imaginar essa verdade.

- Pode ir para casa, eu tenho que colocar tudo as claras. – Falei para Olivia, assim que desembarcamos.

- Eu acompanho você. – Ela afirmou.

Não sei como eu estaria sem o apoio dela. Apanhei sua mão, sentindo o toque amenizar meus nervos. Caminhamos direto para o carro, onde o motorista nos aguarda.

Chegamos à casa dos meus avós sem avisar. Ainda é manhã, porém, eles possuem hábitos matutinos.

- Meus avós já desceram? – Questionei a faxineira.

- Sim, estão tomando café da manhã, no jardim central. – Ela informou.

Partimos em direção ao local. Sinto o meu coração nas mãos, mesclado a um misto de raiva e tristeza.

Vovó, logo nos avistou. Abriu sorriso, contudo, me conhece como a palma da própria mão. Basta um olhar para saber que há algo errado.

- Pedro, o que aconteceu? – Ela se apressou.

Vovô, virou-se em nossa direção.

- José Miguel Lopez. – Foi tudo que consegui dizer.

- Quem é esse? – Vovó está confusa.

- Pergunte a Don Sergio, ele certamente tem a resposta. – Tirei a cópia da carta do bolso. – Reconhece? Eu soube de imediato.

Vovô, levantou-se. Caminhando até mim, apanhou a xerocópia, ficando pálido. Afinal, é sua própria caligrafia. Vovô escreveu aquela carta, se passando pela mãe de Santiago.

- Como conseguiu isso? – Seu olhar estarrecido.

- Com a freira, do orfanato na Argentina. – Meu tom pesado. – De onde José Miguel, saiu e se tornou Santiago Ortega. O homem em busca de vingança contra nossa família!

- Que vingança? – Vovó, se aproximou. – Quem é esse homem, Sergio?

Olivia, se manteve um pouco afastada.

- Exato, quem é José Miguel, e por que o senhor forjou essa carta? – Bradei.

Ele está mais pálido a cada segundo.

- Sergio, responda! O que em nome de Deus está acontecendo? – Vovó, explodiu.

As lágrimas rolaram por sua face em choque.

- José Miguel, é filho de Alberto. – Confessou.

Meu queixo foi ao chão.

- Meu irmão!

- Quê? – Vovó congelou.

Olivia, veio até mim, se posicionando ao meu lado. Seu olhar incrédulo.

- Sim, ele é filho de Alberto e Juliana, uma camponesa que teu pai conheceu nos campos de uva, na Argentina. – Falou. – A jovem veio em busca dele, na Andaluzia. Quando questionei Alberto, ele alegou se tratar de uma amiga, que fez no período que passou na Argentina. Mas, eu os flagrei juntos na casa. O reprendi, afinal, não era certo o que estava fazendo.

Uma atitude típica do meu pai. Agir errado e sempre se comportar como o dono da razão.

- A amiga que estava com ele, no momento do acidente. – Vovó concluiu.

- Sim, era Juliana. – Ele afirmou.

- Porém, ela não era apenas uma amiga. A moça foi alguém especial, com quem ele teve outro filho. – Falei, sentindo um nó subir por minha garganta.

OliviaOnde histórias criam vida. Descubra agora