Uma Nova Presença na Casa

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Acordei sem entender direito o que tinha acontecido na noite anterior. Minha mente ainda estava um pouco confusa, mas uma coisa era certa: agora, eu tinha um irmão mais novo.

Meu tio, em um ato de bondade, adotou uma criança por minha causa. Ele disse que percebeu o quanto eu estava me sentindo sozinha e achou que isso poderia me ajudar. Foi um gesto incrível da parte dele, mas... uma nova pessoa na casa significava mais gastos e, honestamente, eu não sabia se me daria bem como irmã mais velha.

Eu nunca tinha pensado nisso antes. Ser irmã mais velha... isso era uma grande responsabilidade, não era? Mas, já que a decisão tinha sido tomada, o mínimo que eu podia fazer era tentar.

Noite Anterior

— Tio... eu... — tentei falar, mas ele logo me interrompeu.

— Bom, já que você já chegou, você se apresenta a ele, tá legal? Enquanto isso, eu vou pedir algo para nós três comermos. — Ele colocou as mãos nos meus ombros e me empurrou suavemente em direção ao garoto que estava sentado no sofá, de cabeça baixa.

Parei por um momento, observando-o. Ele não levantava o rosto, parecia... pequeno. Frágil. Talvez só estivesse assustado com tudo isso. Bem, se ele não puxasse assunto, eu puxaria.

Sentei-me ao lado dele, tentando não parecer muito invasiva.

— Você... é mudo? Ou só é muito tímido? — perguntei, tentando ser leve, mas ele apenas se encolheu um pouco mais.

Silêncio.

Suspirei e tentei de novo.

— E então, quantos anos você tem? Sabia que agora eu sou sua irmã mais velha?

Dessa vez, ele finalmente murmurou uma resposta, a voz tão baixa que quase não ouvi:

— E-eu t-tenho... 13... S-sabia sim que v-você vai ser minha irmã... o tio disse.

Treze? Então ele era um pouco mais novo do que eu imaginava.

— Hum... Treze? Sério? Legal. Bom, espero que se adapte à casa. Seja bem-vindo. — estendi minha mão para ele, tentando mostrar que não havia necessidade de tanto nervosismo.

Ele hesitou, mas, após um segundo de indecisão, também esticou a mão, apertando a minha com um gesto amigável e um pequeno sorriso.

— O-obrigado... q-qual seu nome?

— Hana. Hana Keishin. — respondi.

— P-prazer, Hana... — Ele parecia feliz por finalmente conseguir falar sem tanta hesitação.

Dei um pequeno sorriso para ele antes de me levantar.

— Bom, eu preciso ir agora. Tenho que acordar cedo amanhã para treinar pra competição.

— E-espera... maninha! — Ele chamou, a palavra "maninha" saindo meio estranha, como se não estivesse acostumado a usá-la. Ao tentar se levantar rápido demais, acabou tropeçando e caiu no chão.

Virei-me rapidamente, surpresa.

— Ei! Você tá bem?

Ele se apressou em acenar com a cabeça.

— T-tá tudo bem... Eu só queria pedir uma coisa...

Fiquei esperando que ele continuasse, mas ele parecia hesitar. Suspirei e estendi a mão para ajudá-lo a se levantar.

— Sinto muito, mas você não pode dormir no meu quarto. O meu tio, quando voltar, vai te mostrar o seu, tá bom?

Ele balançou a cabeça rapidamente.

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