Novo Ataque rápido

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— Chibisuke — chamou o mais velho com a voz firme, os braços cruzados e os olhos atentos no ruivo —, se você quer mesmo lutar no topo com a sua própria força, então precisa aprender os fundamentos. Eles são a base. Sem eles, você vai cair antes mesmo de alcançar o cume.

Hinata o encarava com determinação, embora um pouco tenso. O peso das palavras do avô parecia afundar fundo, não como um fardo, mas como uma verdade inegável. Ele assentiu, os punhos cerrados ao lado do corpo.

— Para isso — continuou o mais velho —, você vai mandar um ataque rápido atrás do outro. Vai treinar tudo que deixou de treinar até agora, tudo o que evitou entender por confiar demais só no instinto.

Antes que Hinata pudesse responder, vozes se aproximaram do outro lado da quadra.

— Olá! — chamou uma delas com energia.

— E aí! — respondeu outra, em um tom mais casual.

Algumas pessoas entraram na quadra improvisada. Eram jovens, mas carregavam no olhar aquela familiaridade de quem conhecia bem o esporte.

— Aí estão vocês. — disse um deles, já se aproximando com uma bola debaixo do braço.

— Olá! — Hinata respondeu com educação, fazendo uma pequena reverência, apesar da confusão estampada no rosto.

Fiquei ao lado do meu avô e lancei um olhar questionador.

— Vô... quem são eles?

Ele cruzou os braços novamente, com um leve sorriso no canto dos lábios.

— Eles vão ajudar o Chibisuke. — respondeu com simplicidade. — Sua lição agora, Chibisuke, é conseguir usar o primeiro tempo com qualquer um. Não importa quem esteja do outro lado. Você precisa se adaptar. Esse é o verdadeiro teste.

Hinata olhou para os novatos, depois para o avô. Seu olhar brilhou com aquela centelha familiar — o desafio.

— Certo! — respondeu com firmeza, batendo uma das mãos contra o peito.

— O levantador que vai te mandar a bola não será o seu colega prodígio. — disse o mais velho, referindo-se ao Kageyama. — Então não será fácil. A sintonia não estará lá. A perfeição do passe também não. Mas é aí que você vai descobrir do que realmente é feito.

O ruivo respirou fundo. Aquilo era mais do que treino. Era uma chance de provar — para si mesmo e para todos — que ele era capaz. Que sua força não estava apenas em seguir ordens, mas em criar algo novo com qualquer um ao seu lado.

— Certo! — repetiu ele, mais firme, com os olhos brilhando de expectativa.

E então, o treinamento começou. Não era mais sobre “o ataque perfeito”. Era sobre adaptação, evolução... e provar que a verdadeira força está em não desistir, mesmo quando o caminho muda de repente.

Enquanto eu observava o Hinata treinando com todo foco e esforço, meu olhar era dividido entre os movimentos dele e a seriedade do meu avô. A energia da quadra era intensa, quase como se cada salto do Hinata fosse um passo mais perto do topo que ele tanto buscava. Mas então, meu celular vibrou.

Desviei o olhar por um segundo e vi que era uma mensagem do Atsumu.

> “Você tá livre hoje? Passo aí na escola pra te buscar.”

Sorri levemente, mas logo a expressão mudou. Respirei fundo e respondi com sinceridade:

> “Oi, Atsumu. Não fui pra escola hoje... tô em um treinamento com o Hinata.”

Poucos segundos depois, a resposta dele veio.

> “Ah... vocês se resolveram?”

> “Sim, a gente conversou. Ele me pediu desculpas.”

𝕊𝕦𝕟 𝕆𝕗 𝕄𝕪 𝕃𝕚𝕗𝕖Onde histórias criam vida. Descubra agora