Perdedores Passageiros

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Perdemos mais uma vez. Os meninos estavam bastante diferentes na quadra — todos testando suas novas habilidades e técnicas. Inclusive, até o ruivinho reparou que o Tobio estava diferente. A punição dessa vez foi especial, direto de Shinzen: uma “corrida refrescante” colina acima no Monte Verde. Até eu tive que correr, já que fui convencida de que não podia escapar da punição do peixinho.

Depois de um bom tempo subindo aquele monte e ficando completamente exaustos, paramos para descansar.

— Toma! — disse a loira, entregando uma garrafa d’água pros meninos.

— O-obrigado... — murmuraram, ainda ofegantes.

— Sugawara-sama, aqui. — ela disse, entregando outra.

Eu, o Shoyo e o Himura estávamos sentados na sombra, observando os outros jogarem na quadra. Eles estavam mandando muito bem. Por um lado, a gente ficava empolgado, mas também um pouco inseguro... Será que vamos continuar perdendo?

Mesmo assim, continuamos com nosso treinamento: mais subidas no monte, mais peixinhos, mais suor. Até que o de cabelos verdes se aproximou.

— Shinzen e Ubugawa ainda estão no primeiro set? — perguntou ele.

— Sim. — respondeu o ruivo, sem tirar os olhos da quadra.

— Nossa! Os saques são incríveis! — comentei, surpresa.

— Saques e bloqueio. Destrua o adversário com o saque, reduza o espaço de um possível ataque e bloqueie. É o melhor método de ataque, ao lado dos aces. — disse o loiro, de braços cruzados, como se estivesse dando aula.

— Saque e bloqueio... — repetiu o Shoyo, pensativo.

— Incrível, perdemos todos os nossos jogos. — resmungou o de cabelos brancos, deitado na grama.

— É até revigorante. — zombou o capitão, jogado ao lado dele.

— Não corro assim desde a época do treinador Ukai. — comentou o careca, com a cara enterrada no chão.

— Ele era tão ruim assim? — perguntei, me sentando ao lado deles.

— Sim... Ele acabava com a gente. — respondeu, ainda abafado no gramado.

— Eu consigo imaginar isso... bom pra vocês. — disse, rindo, cruzando os braços.

— Isso não foi nada bom! Eu não sentia as pernas nem os braços, e no dia seguinte ainda tínhamos aula, todo mundo quebrado! — ele reclamou, erguendo o rosto e me olhando com raiva cômica.

— Vou pegar o tablet com o Ukai pra rever o vídeo do ataque sincronizado. — disse o moreno, se levantando.

— Claro! — respondeu o de cabelos brancos, se levantando também.

— Certo! — disse o capitão, animado.

— Vou treinar os saques. Ainda não está bom... — comentou o ace, se afastando.

— Ah, Tsuki! Vou treinar o saque também, o que você vai— — começou o garoto de sardas.

— Vou tomar banho e dormir. — cortou o loiro, seco.

— E-entendi. Hum...

— O quê? — Tsukishima perguntou, parando e olhando por cima do ombro.

— Só queria saber se você ia treinar algo sozinho... — respondeu, coçando a bochecha, sem jeito.

— Já estamos treinando mais do que pedem. Treinar feito louco não resolve nada. — disse antes de sair andando.

— P-pois é... — respondeu ele, abaixando a cabeça.

𝕊𝕦𝕟 𝕆𝕗 𝕄𝕪 𝕃𝕚𝕗𝕖Onde histórias criam vida. Descubra agora