Capítulo 18

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Hanna
Hoje é sábado, e estou em casa com minha amiga Lana, estamos preparando um almoço especial, Hanna disse que tem uma surpresa para me contar, os meninos vem nos acompanhar. Ainda não tive oportunidade de conversar com ela sobre o que aconteceu no mês escritório no início da semana.
Depois do que aconteceu em meu escritório, percebi que terei um longo processo pela frente. Solicitei em caráter de urgência o pedido de divórcio, tenho o pressentimento que Anton voltou decidido a me prejudicar.  Estou perdida em meus pensamentos, e volto do meu transe ouvindo a Lana estalar os dedos em minha frente.
‒ Hanna...Hanna? Está tudo bem com você? Estou te achando distraída desde o início da semana. Ela perguntou enquanto estava pegando as louças para preparar a mesa do almoço.
‒ O quê? Estou sim amiga...aliás não estou, não tive tempo de conversar com você sobre o aconteceu no escritório. O Anton foi me procurar. Fiz uma expressão de raiva.
‒ Como assim? Que história é essa menina? Como não me disse isso antes? E como ele descobriu onde você trabalha? Perguntou com cara de curiosidade boquiaberta, parando em frente ao balcão.
‒ Isso mesmo que você ouviu! Abaixei a cabeça, suspirei e continuei: ‒ Sinceramente estou muito preocupada! Ele falou umas coisas que me deixou intrigada.
‒ O que ele falou? O tom de sua voz era ansiosa.
‒ Veio com umas histórias que ainda me amava. Me levantei fui até a geladeira, peguei uma jarra de água e coloquei água no copo. Pedindo-me perdão, e o que mais me chamou atenção foi uma fala que ele usou: “Que nós temos mais em comum do que eu imaginava”. E pior....Lana me interrompeu.
‒ Ainda tem mais? Falou arregalando os olhos.
‒ Pior que tem. Quando estávamos o meio da conversa, bem gritos, porque eu estava transtornada. O Brian entrou em minha sala feito um furacão, e daí já viu né?! Brian partiu para cima dele, tentei contê-lo, mas foi inútil. Acabou dando dois socos no rosto de Anton que não esperava. Vou em direção ao balcão, me inclino de frente e bebo um gole da água. Ouço uma gargalhada da Lana sem esperar ‒ Lana qual foi a graça?
‒ Amiga me desculpe, mas foi bem feito para o Anton, ele já estava, merecendo isso a um bom tempo. Estava tentando se controlar, e assim o fez quando viu meu olhar de reprovação ‒ Mas agora sério, o que você acha que ele quis dizer com isso de algo em comum?
‒ Espero que nada, porque vindo dele, fico até preocupada. Mas de qualquer forma já oficializei o pedido de divórcio. Sei que ele não irá assinar porque deixou isso bem claro antes de ir embora naquele dia. Dei mais uma gole na água.
‒ É muito cínico o Anton, depois de tudo que te fez reaparece das cinzas como uma fênix, e se acha no direito de falar que ama você, que o perdoe, me poupe. Ela pegou a louça e foi a direção da sala de jantar para pôr a mesa.
‒ Pois é, logo agora que eu e o Brian estamos tão bem, que encontrei um homem de verdade que me ama, e eu o amo, foi difícil admitir, mas eu o amo de verdade, é algo diferente do que eu sentia pelo Anton. Peguei alguns talhares para ajudá-la a coloca a mesa.
‒ Oh minha amiga, que bom ouvir isso, torci tanto por esse momento, para ouvir isso, veio em minha direção e me deu beijo e me abraçou.
A campainha toca, vou atender abro a porta, e vejo que são os meninos. O Brian e o Ryan, os dois me cumprimentam, Ryan com beijinhos no rosto, e o Brian com um selinho, um entrando em casa seguido do outro. O Ryan pergunta pela Lana, e digo que ela está na sala de jantar colocando a mesa, ele vai em direção para procura-la.
O Brian me envolve em seus braços, me abraçando pela cintura, e vamos em direção a sala e sentamos no sofá.
‒ Como você está meu anjo? Ele perguntou um pouco preocupado.
‒ Estou bem lindo, apenas um pouco apreensiva, de certa forma, essa volta de Anton me causa uma certa angústia. Falei me levantando e indo em direção a uma das janelas de minha casa.
‒ Não fique assim meu amor, eu prometi que não vou deixar ele te machucar mais. Ouço os passos dele vindo em minha direção e sinto seus braços envolverem minha cintura, e seu queixo é piado em meu ombro, eu de costas para ele.
‒ Eu sei, depois daquela visita dele dei entrada oficialmente no divórcio, ainda não tinha te contada nada porque não quero te aborrecer com minhas coisas. Suspirei para falar.
‒ Ei meu anjo! Não existe suas coisas, tudo que tem a ver com sua vida me desrespeita também, por isso não me aborrece.  E com relação ao divórcio já tem alguma novidade?
‒ Ainda não, mas tenho um leve pressentimento, que essa falta de notícias não irá durar muito. Me abraça forte por favor! Pedi segurando os braços dele ainda em minha cintura de costa para ele. Ele me virou de frente para ele, me abraçou e depositou um beijo terno em meus lábios.
Até ouvimos as vozes de Lana e Ryan entrando em direção a sala em que estamos.
‒ O casalzinho aí, vamos almoçar! Depois vocês terminam o começou lá quarto. Ryan fala debochando de nós dois.
‒ Deixa de graça seu palhaço. O Brian fala rindo para ele.
‒ Sim...mas qual é a novidade que vocês tem? Não me aguento de curiosidade! Falo batendo palminhas.
‒ Calma amiga, o Ryan vai pegar o champanhe e as taças. Lana está falando e o Ryan vai em busca da bebida.
Em alguns minutos ele retorna a sala, abre a bebida, nos serve, e começa a fala:
‒ Lana...Ryan pega uma caixinha vermelha do bolso, e se ajoelhou de frente para Lana ‒ Você aceita se casar comigo? Deu para perceber um pouco de nervosismo no tom de sua voz.
‒ Eu aceito sim meu amor! Claro que aceito! Ele se levanta o põe o anel no dedo de Lana, e deposita um beijo em sua testa.
‒ Que felicidade por vocês meus amigos. Corro em direção a eles e os abraço ao mesmo tempo.
O soltos em seguida e o Brian vem cumprimentar os dois também, aperta mão do amigo, o abraça e dá um tapinha nas costas, depois vai até Lana e abraça.
‒ Não podemos esquecer de avisar que vocês dois serão os padrinhos. O Ryan fala com um sorriso largo.
De repente ouvimos a campainha tocar nos entreolhamos e eu perguntei:
‒ Vocês dois tem mais alguma novidade e não sabemos? Perguntei olhando para os dois alternadamente e com um sorriso, e eles negam ‒ Deixa que eu atendo, podem ir em direção a sala de jantar que já estou indo, deve ser engano.
Juro que não estava preparada para ver o que meus olhos estavam vendo parado na minha porta. Era o Anton, que entrou na minha casa como um furacão sem ser convidado para entrar.
‒ Como você ousa vir até minha casa e ainda por cima entrar sem ser convidado? Saia agora! Fui até ele o peguei pelo braço tentando tirá-lo dali, antes que acabasse em briga.
‒ Eu preciso saber se isso aqui que recebi é sério, mesmo ter te avisado que não assinaria o divórcio. Mostrou um envelope, que continha o pedido do divórcio, puxando o braço dele.
‒ E você acha que tem algum sentido não assinar depois de cinco anos que estamos separados? Bravejei com raiva, olhando para ele.
‒ Claro que tem sentindo Hanna, eu preciso conversar com você um assunto muito sério, mas não está me dando oportunidade. Ele falou caminhado de um lado para o outro.
‒ Hanna o que está aconte..cen..do? Lana veio até a sala, depois de eu tanto demorar, parando de frente para mim e para o Anton ‒ O que esse desgraçado está fazendo aqui? VOCÊ É UM CAFAJESTE. Ela foi para cima dele, e atravessei no meio, impedindo de partir para cima dele.
Os meninos ouviram os gritos e correram até nós assustados. “Pronto, agora era só o que me faltava, se todos resolverem partir para cima de Anton, não vou conseguir impedir.” Minha eu interior falava.
‒ Mas era só que faltava, até seu filho da puta. Brian falou querendo partir para cima, mas Ryan o segurou, graças a Deus!
‒ Hanna, por favor, me ouça nem que seja por cinco minutos, se depois do que eu falar você ainda quiser o divórcio eu juro que te dou, sem problema nenhum. Mas por favor me ouça! Ouço a voz do Anton por trás de mim.
‒ Ela não vai ouvir você, seu crápula! Lana bravejou ferozmente.
‒ Lana, por favor, sei que está querendo me proteger, mas eu vou ouvi-lo. Falei olhando para ela, e ela me olhou confusa sem entender nada, olhei para o Brian ele estava com a mesma expressão de Lana no rosto ‒ Você só tem cinco minutos. Virei-me para ele e falei ‒ Ryan, por favor leve a Lana e o Brian daqui, me esperem no quarto por favor!
Ele não falou nada, e arrastou o Brian dali, que estava resistindo a sair, mas foi arrastado pelo Ryan.
‒ Pronto! Agora estamos sozinho, diga o que tem falar e saia! Fui em direção ao sofá e me sentei, ele me acompanhou e sentou em uma poltrona que estava de frente para mim.
‒ Hanna eu cometi um erro terrível com você. Ele suspirou, como se estivesse tomando coragem para falar, apoiou os braços em suas pernas se inclinando para frente ‒ Eu agi como um covarde, naquele dia em que eu te agredi não estava em mim, não te dei oportunidade de se defender, não perguntei nada a você e já fui sendo um pilantra com você, e ...O interrompi nesse momento.
‒ Anton por favor, me poupe dos detalhes, eu já sei de tudo isso. Só não sei o porquê me maltratou daquele jeito. Um lágrima escorria em meu rosto, com fleches voltando a minha cabeça.
‒ Então Hanna, naquele dia recebi umas fotos...Ele fez uma pausa, respirou fundo e continuou: ‒ Umas fotos suas aos beijos com aquele seu colega de faculdade, o Ricardo. Eu fiquei transtornado, não imaginava que a mulher que eu tanto amei, ou melhor que ainda amo, e sempre vou amar estaria me traindo, nos braços de outro. Hoje eu sei que nada justifica minha reação, e...O interrompi nesse momento, eu poderia acreditar o que eu estava ouvindo.
‒ Quais fotos? Que traição Anton? Eu nunca traí você! Por causa da sua reação, minha filha morreu horas depois do parto. Eu fiquei sem chão, você não imagina tudo o que sofri, tudo que passei pela perda da minha bebê. Nesse momento eu já chorava sem parar.
‒ Eu sei que você não me traiu, depois de dois passados, o Ricardo me procurou e me contou que as fotos eram montagem, e que ele fez isso para nos separar e ficar com você, mas os plano dele deu errado, um ano depois vocês terminaram a faculdade e ele perdeu as esperanças em ficar contigo, porque nunca deu chance para ele se aproximar e você. Ele olhou para baixo em direção de suas mãos que estava com os dedos cruzados, em cima de sua perna.
‒ Eu não posso acreditar no que eu estou ouvindo, você só acreditou que sempre fui fiel quando ele chegou para te contar a verdade? Você nunca para cogitar a possibilidade e me perguntar sobre essas fotos, simplesmente acreditou no que seus olhos viram. Para mim já chega Anton, por favor vai embora. Levantei-me e menção em ir para porta, mas ele se levantou junto e segurou em meu braço.
‒ Por favor Hanna, eu ainda não acabei! Ainda tem algo mais importante do que tudo isso que te contei. Sente mais uma vez! Olhei para ele por uns segundos puxei meu braço, e voltei a me sentar, ele fez o mesmo, sentando onde estava, e continuou: ‒ Isso que tenho para falar é mais difícil. É sobre nossa filha...o interrompi mais uma vez.
‒ Você não merece falar nela, por culpa sua perdi minha filha. Eu chorava descontroladamente.
‒ Não Hanna, não perdemos...Parei por um instante confusa, sem entender do que ele estava falando ‒ Nossa filha está viva, ela esteve comigo todos esses anos. Agora ele desabou em lágrimas.
Quando ouvi aquilo não poderia acreditar, meu chão se abriu, minha cabeça estava feito um nó, não consegui processar a informação, meu cérebro parou, travou, não consegui emitir nenhum tipo de pensamento. Paralisei!
‒ Do que está falando? Eu não entendendo, você achou pouco o meu sofrimento e está brincando com os meus sentimentos, mais uma vez? Ele não falava, sou chorava ‒ FALA SEU DESGRAÇADO! Fui até ele o puxando pela camisa e o levantando, não sei de onde encontrei forças para isso.
‒ Perdoe-me Hanna, nossa filha está viva, ela está comigo esse tempo todo, isso foi uma forma eu encontrei para me vigar de você, de sua suposta traição. Dei uma tapa na cara dele com toda minha força.
‒ SEU DESGRAÇADO, MALDITO, CAFAGESTE. Estava em lágrimas e gritando enquanto falava, batendo minhas mãos em seu peito. Ele tentou em acalmar me abraçando, mas fui mais rápida e me afastei ‒ NÃO ME TOQUE, NUNCA MAIS ME TOQUE, EU TE ODEIO, EU TE ODEIO, EU TE ODEIO. SAIAAAAA, SAAAIAAAA DAQUIIIII. Gritei desesperada, e Lana e os meninos vieram correndo para sala, eu estava fora de mim, nervosa transtornada, Brian correu e me abraçou em ato desesperado de me acalmar.
‒ Anton o que você fez, SAIA, VAI EMBORA AGORA! Lana falou o empurrando para a porta, mas ainda pude ouvir ele falar uma última frase.
‒ Hanna eu preciso que você conheça nossa filha, Hanna por favor ela está esperando por você! Eu tapava os ouvidos, não queria ouvir mais nada. Ryan foi em direção ao Anton e o colocou para fora, ele estava resistindo a Lana para sair.
‒ Amiga, não estamos entendo nada. O que esse crápula quis dizer com nossa filha? O que ele te fez? Ela se aproximou de mim e Brian estava abraçado comigo.
‒ Lana deixe-a descansar, pegue uns tranquilizantes para dormir um pouco e se acalmar. Ryan falou com ela, e ela saiu para pegar os tranquilizantes, e junto já trouxe água.
Eu estava tremendo, não conseguia pronunciar uma palavra. Tomei os calmantes e o Brian me levou para o quarto. Entramos no meu quarto, ele me ajudou a deitar, me apoiou na cama, e deitou ao meu lado, eu estava de costas para ele, estávamos em posição de conchinha, ele ficou ali, acariciando meus cabelos até eu dormir, nada ele me perguntou por conta do meu estado. E com a ajuda dos calmantes consegui dormir logo.

Entre o amor e o ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora