Hanna
A audiência acabou perto de meio dia, como ganhei mais uma causa, era de se esperar, todas as provas que tinha era contundentes, e aquele desgraçado vai ver o sol nascer quadrado.
Depois que me despedi da minha cliente, ela saiu mais que satisfeita, e me agradeceu bastante, porque a justiça seria feita.
Brian já tinha saído da sala, e ficamos apenas eu o doutor bastos. Ele me cumprimentou pela vitória, ambos pegamos nossas pastas e seguimos em direção a saída, quando chegamos no estacionamento, antes de ir embora, o mesmo me perguntou qual foi a advertência que levei.
‒ Desculpa doutora Navarrete, mas o que o juiz Bellini falou depois que saí? Aquele tem jeito de casca grossa. Mas adorei a resposta que a você deu nele. Engoli em seco com a pergunta do Bastos.
‒ Nada demais, me repreendeu, disse que sentiu ofendido, e essas coisas. Inventei a primeira coisa que me veio à cabeça.
‒ Admiro mulheres como você. Ele foi se aproximando de mim aos poucos. Que conversa estranha é essa agora, desse cara?
‒ É...eu estou indo tá? Tenho um compromisso. Falei gaguejando um pouco e tentei segui em direção ao meu carro. Mas foi inútil, ele me pegou pelo braço e segurou.
‒ Senhorita Navarrete, gostaria de saber se posso te convidar para jantar hoje à noite. Ele foi direto, e seu olhar era de malícia me alisando da cabeça aos pés.
‒ Não posso, não costumo sair com colegas de trabalhos. Meu telefone toca bem na hora. “Essa foi por pouco”, minha eu interior suspirou aliviada ‒ Preciso atender, é muito importante, saí antes que ele pudesse dizer ou fazer algo me impedindo de sair.
Olhei no visor do meu celular, é um número diferente, atendi e era o Brian, me avisando que estava me esperando dentro do carro dele, no estacionamento, segui para onde estava o carro dele.
Ele estava fora do carro, encostado no mesmo, me aproximei, ele me deu um beijo no rosto, e já foi me questionando.
‒ O que aquele babaca queria? Eu vi quando ele segurou em seu braço. Senti que sua voz saiu pesada, mas serena.
‒ Quem? O doutor bastos? Fiquei sem graça, e dei um riso tímido ‒ Nada demais, só perguntou qual foi a advertência que você me deu. Dei uma risada larga para ele. Ele veio e me abraçou pela cintura.
‒ Qual o interesse dele? Será se ele queria fazer o mesmo? Ele sussurrou ao meu ouvido com um sorriso sexy ‒ Acho melhor ele acordar, porque em minha mulher ninguém toca.
‒ Seu bobo, e já estamos assim, nesse nível? De sua mulher? Falei em tom de brincadeira. E coloquei meus braços em volta do seu pescoço.
‒ No que é meu ninguém mexe, ou acha que eu esqueci o atrevimento dele quando te cumprimentou em minha frente? Juro que se estivéssemos em outro lugar tinha quebrado a cara dele. Ele me deu um selinho.
‒ Está com ciúmes excelência? Ironizei em minha fala, e arquei a sobrancelha com a expressão engraçada.
‒ Não é ciúmes, é cuidado minha deusa.
‒ Hummm sei, vamos almoçar porque estou morrendo de fome, e nós temos uma conversa pendente. Saí do abraço dele e fui para o lado do banco do passageiro, ele veio logo atrás e abriu a porta para eu entrar.
Seguimos à procura de restaurante para almoçarmos. Fomos decidindo no caminho para onde iríamos, finalmente decidimos almoçar em um restaurante que o Brian costuma frequentar algumas vezes.
Quando chegamos, Brian estacionou o carro, saiu e veio para o meu lado e abriu a porta dando-me passagem para sair. Em seguida, trancou a porta e entregou as chaves para o manobrista. Adentramos no restaurante, e é um lugar belíssimo, escolhemos sentar em um local onde a vista era incrível, com janelões de vidro que dava para ser visto tudo através do vidro. Tínhamos visão de alguns prédios bem magníficos e algumas árvores, enfim não tem palavras que possa descrever o quanto é belo o lugar que dava para observar por aquelas janelas de vidro.
Sentamos, e Brian sentou em uma cadeira do meu lado. O garçom se aproximou, e fizemos o nosso pedido.
‒ Gostou do lugar? Já tinha vindo aqui? Brian me perguntou quando eu estava perdida em meus próprios pensamentos, e voltei a realidade quando ouvi falando comigo.
‒ Adorei o lugar, realmente muito lindo! E não, nunca tinha vindo aqui. Dei um meio sorriso ‒ Brian, eu sei que viemos aqui com o objetivo de conversar, mas quero te pedir uma coisa. Ele assentiu e continuei: ‒ Eu não quero falar sobre o que preciso aqui, não estragar no almoço, é algo complexo e difícil e se conversar. Abaixei a cabeça depois que terminei de falar.
‒ Hanna, eu concordo de conversarmos depois, com duas condições: primeiro que você não me peça para sair de sua vida, de novo; e segundo se você prometer passar o resto da tarde comigo, então teremos tempo suficiente para conversar. Pegou no meu queixo carinhosamente segurou e levantou me fazendo olhar em direção a ele, indo de encontro aos olhos dele.
‒ Tudo bem, eu concordo, mas eu preciso ligar para o escritório para avisar que não retornarei mais hoje. Falei pegando meu celular, me levantei da mesa para ligar para minha secretária, o deixando sozinho.
Alguns minutos depois, retorno para mesa e à medida que vou me aproximando, vejo Brian conversando com um homem elegante, ambos estavam de pé, o tal homem estava de costas e Brian de frente para ele com um das mãos no bolso, da forma que conversam pareciam se conhecer. Brian abriu um sorriso largo de orelha a orelha quando viu eu me aproximar deles, desviando o olhar para mim, e o homem elegante ainda estava de costas.
Então Brian se esquivou um pouco, estirando o braços em minha direção.
‒ Essa é a Hanna Navarrete, minha namorada.
O homem que estava de costas para mim, foi se virando aos poucos, parecia coisa de filme, como se em cama ralenta ele se virasse em minha direção, na medida em que virava-se para me olhar, meu sorriso foi se desfazendo aos poucos, e a minha eu interior sussurrava em minha mente: “não pode ser, não poder, não poder o Anton Greco.” Até que ele se virou completamente ficando de frente para mim.
Não tive uma outra reação, além de sair dali correndo desesperada, em um ato de sumir dali, em meio a minha perturbação de quem tinha acabado de ver, me esbarrei no garçom, fazendo ele derrubar tudo o que trazia para almoçar com Brian.
Só consegui ouvir uma voz bem de longe, de Brian ficando cada vez mais distante.
‒ Hanna, o que houve? Me espera. HANNA, HANNA.
Corri para o mais longe que pude, até não ouvir mais a voz de Brian, eu não sabia para onde ir, peguei o primeiro taxi que parou em minha frente já fora do restaurante. O motorista me perguntou para onde eu queria ir, e pedi para ele me levar para qualquer lugar longe dali, e mais na frente eu resolveria para onde ir.
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Entre o amor e o ódio
RomantizmIndependente e autosuficiente, Hanna Navarrete carrega um trauma consigo de seu ex-marido. Seria a mulher mais feliz do mundo se não fosse um mal entendido. Ela imaginou que Anton Greco (ex-marido) fosse o homem mais perfeito, e ela a mulher mais so...